Nesta quinta-feira, estreiam-se as comédias "A arte de morrer longe", de Júlio Alves, e "Quem matou Laura Paula", de João Capela, e o documentário "Águas do Pastaza", de Inês T. Alves.
"A arte de morrer longe", produzido pela Ukbar Filmes, é uma comédia dramática a partir de uma novela do escritor Mário de Carvalho, sobre um casal que se está a separar, mas cujo processo vai sendo adiado por causa de uma tartaruga.
Esta primeira longa-metragem de ficção de Júlio Alves, exibida nos festivais IndieLisboa 2020 e Caminhos do Cinema Português 2021, é protagonizada por Ana Moreira e Pedro Lacerda.
Na quinta-feira estreia-se também "Quem matou Laura Paula", de João Capela, uma paródia inspirada na série "Twin Peaks", de David Lynch, interpretada maioritariamente por atores amadores e rodada em Trás-os-Montes, Douro e Beira Alta.
No filme acontece uma investigação de um ex-agente da PSP reformado, Tó Manel, sobre a freira Laura Paula que aparece misteriosamente morta no fundo de uma ravina, com um cabo de cebolas enrolado no pescoço.
Do cinema português que chega às salas na quinta-feira há ainda o documentário "Águas do Pastaza", que a realizadora Inês T. Alves estreou em 2022 no festival de Berlim.
Produzido pela Oblaum Filmes, "Águas do Pastaza" foi feito na floresta amazónica equatoriana, perto do rio Pastaza, onde a realizadora acompanhou e registou apenas a vida quotidiana das crianças da comunidade Suwa e a ligação profunda com a natureza.
A 09 de março, está prevista a estreia do documentário "O que podem as palavras", de Luísa Sequeira e Luísa Marinho, sobre a criação e o processo judicial da obra "Novas Cartas Portuguesas" (1972), contado pelas suas autoras.
O filme é um dos últimos documentos a reunir testemunhos contemporâneos de Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno (1939-2016), Maria Velho da Costa (1938-2020) e de Ana Luísa Amaral (1956-2022), que entrevistou as três autoras.
O realizador espanhol Albert Serra estará na próxima semana em Portugal a propósito da estreia do elogiado "Pacifiction", que conta com coprodução portuguesa pela Rosa Filmes. O filme estreia-se no dia 09, mas Albert Serra estará na véspera numa antestreia na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa.
Rodado na Polinésia francesa, o filme é "fantasia pura - toca o político, toca o contemporâneo, toca o humano e as relações humanas", afirmou o realizador catalão em entrevista à publicação Cineuropa, quando o filme se estreou em 2022 no festival de Cannes.
A meio de março, no dia 16, estreia-se "Great Yarmouth - Provisional Figures", uma ficção de Marco Martins a partir de histórias da vida de emigrantes portugueses no Reino Unido.
O filme, pela produtora Uma Pedra no Sapato, resulta de cinco anos de trabalho de campo de Marco Martins, com atores e não atores, na comunidade de Great Yarmouth, uma vila costeira inglesa para onde dezenas de portugueses emigraram em busca de trabalho em fábricas de processamento alimentar.
No elenco estão, entre outros, Beatriz Batarda, Rita Cabaço, Nuno Lopes e Romeu Runa.
Depois de ter tido uma estreia premiada em 2022 em Berlim, o "filme performativo" "Super Natural", de Jorge Jácome, chega aos cinemas a 23 de março.
Também com produção da Ukbar Filmes, "Super Natural" é um objetivo artístico que envolveu o Teatro Praga e a associação Dançando com a Diferença, da qual algumas das pessoas portadoras de deficiência atuam em espaços naturais e urbanos da ilha da Madeira.
Na sinopse lê-se que o filme "guia o espectador por contextos, geografias, curiosidades históricas, videoclipes, confissões e momentos de humor" que ajudam a compreender que o natural, "seja de um corpo ou de um objeto, é sempre mais complexo do que aparenta ser".
O terceiro documentário português a estrear-se em março, no dia 30, é "Terra que marca", de Raul Domingues, pela Oublaum Filmes, na qual são registados os gestos e as rotinas de quem vive e trabalha no campo.
A premiada longa-metragem de animação "Interdito a cães e italianos", do realizador francês Alain Ughetto, com coprodução portuguesa, estreia-se na última quinta-feira de março.
É um filme sobre emigração italiana no início do século XX, mas também sobre memória e laços familiares, seguindo os passos de Luigi Ughetto, avô do realizador. O filme resulta de um trabalho de coprodução entre nove produtoras de França, Itália, Suíça, Bélgica e Portugal, pela Ocidental Filmes.
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