Adão Rocha, membro do conselho de administração da Fundação Amílcar Cabral (FAC), avançou que, depois de ser entregue na comissão nacional, a candidatura foi submetida na quinta-feira pela missão permanente de Cabo Verde junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em Paris.
"Para a Fundação, neste ano que nós estamos a comemorar o centenário, trata-se de reafirmar, consolidar, o valor universal do legado de Amílcar Cabral, que tem sido objeto de inúmeros estudos e pesquisas a nível internacional por estudiosos, universidades, centros e pesquisas do mundo inteiro", frisou.
Depois da submissão, Adão Rocha disse que agora a candidatura vai fazer o seu caminho, esperando que o resultado seja favorável.
"Apresentámos um dossiê sólido e nós pensamos que tem todas as condições para ser aprovado pela UNESCO", declarou o membro da FAC, reconhecendo que se trata de um "processo moroso", pelo que o resultado deverá levar "um tempo" para ser conhecido.
Adão Rocha disse que "o ideal" seria que o resultado fosse conhecido ainda durante o ano de comemorações do centenário do nascimento do líder das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde, mas entende que será difícil.
"Nós inscrevemos essa iniciativa de apresentação da candidatura no âmbito do centenário, não podia haver momento mais apropriado", salientou o responsável.
Além da candidatura dos escritos de Cabral ao programa Memória do Mundo, a fundação está a trabalhar nas comemorações do centenário do nascimento do seu patrono, cujo ponto alto vai ser em 12 de setembro de 2024.
A fundação, que tem como missão a preservação da obra e memória do seu patrono, criou em 2015 o espaço museológico Sala-Museu Amílcar Cabral, onde pretende dar a conhecer às gerações mais novas e aos turistas que visitam a cidade da Praia a história da luta de libertação liderada por Cabral.
Fundador do então Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que em Cabo Verde deu lugar ao Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), e líder dos movimentos independentistas nos dois países, Cabral, que nasceu em 12 de setembro de 1924 na Guiné-Bissau, foi assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri.
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