O filme, uma coprodução entre Brasil, Alemanha e França, dividido em duas partes, foi premiado na secção "Encontros", dedicada às novas linguagens cinematográficas.
Na mesma secção foram premiados como Melhor Filme "Direct Action", de Guillaume Cailleau e Ben Russell, e o Prémio Especial do Júri ex-aequo foi para "The Great Yawn of History", de Aliyar Rasti, e "Some Rain Must Fall", de Qiu Yang.
Em "Cidade; Campo" a cineasta brasileira aborda o tema da dor de deixar um familiar para migrar para o oposto e o desconhecido, bem como a memória e a sensação de perda que a migração acarreta.
Nascida em Campinas, no Brasil, em 1981, Juliana Rijas formou-se em cinema pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, e ainda na universidade conheceu o diretor Marco Dutra, com quem iniciou uma parceria, tendo ambos realizado, em 2004, a curta-metragem "O lençol branco", incluído na mostra Cinéfondation do Festival de Cannes.
A sua primeira longa-metragem foi "Trabalhar cansa" (2011), novamente em parceria com Dutra, também exibido em Cannes, na secção "Um Certo Olhar", e Ganhou o Prémio da Crítica de melhor longa brasileira no Festival de Gramado de 2014, com "Sinfonia da Necrópole".
O documentário "Dahomey", da realizadora franco-senegalesa Mati Diop, sobre a questão da restituição, pelas antigas potências coloniais, de obras de arte roubadas em África, conquistou o Urso de Ouro nesta edição do Festival de Cinema de Berlim.
O Grande Prémio do Júri do festival, o segundo galardão em importância, foi para "A Traveler's Needs", do sul-coreano Hong Sangsoo, um filme que conta como protagonista a atriz francesa Isabelle Huppert, enquanto o Prémio do Júri foi atribuído a "L'Empire", do cineasta francês Bruno Dumont.
O Urso de Prata para a Melhor Realização foi para "Pepe", do dominicano Nelson Carlos de los Santos Arias, dedicado às questões da identidade, processos migratórios e colonialismo.
Os realizadores iranianos Maryam Moghaddam e Behtash Sanaeeha, impedidos de sair do Irão, foram distinguidos pela Federação Internacional de Críticos de Cinema no festival de Berlim, pelo filme "My favourite cake".
O filme recebeu o Prémio FIPRESCI - sigla da Federação Internacional de Críticos de Cinema -, tendo sido descrito pelo júri como uma "desarmante história de amor entre dois idosos solitários, contada com humor e empatia e ambientada numa atmosfera melancólica na atual sociedade iraniana".
"My favourite cake" estava integrado na competição oficial do festival alemão, mas a dupla de realizadores iranianos viu-se impedida de viajar pelas autoridades de Teerão e foram-lhe confiscados os passaportes, escreveu a revista Variety.
Neste 74º. Festival de Cinema de Berlim, que termina no domingo, o realizador norte-americano Martin Scorsese vai ser homenageado com um prémio de carreira.
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