O presidente de Israel, Isaac Herzog, juntou-se à lista de vozes que defendem a participação do país no Festival Eurovisão da Canção. Após a União Europeia de Radiodifusão (UER) ter revelado que está a analisar a letra da canção escolhida e de o ministro da Cultura, Miki Zohar, ter considerando a análise "escandalosa", o chefe de Estado israelita declarou "é importante que Israel participe na Eurovisão".
A polémica estalou na semana passada, quando a imprensa israelita divulgou a letra de 'October Rain' ['Chuva de Outubro, em Português'], cantada por Eden Golan, que inclui os versos "já não há ar para respirar" e "eram todos bons miúdos, cada um deles", numa aparente alusão aos jovens que foram mortos por militantes do grupo islamita Hamas num festival de música, em outubro do ano passado.
Há ainda referência a "flores", que, de acordo com o jornal Israel Hayom, é um código militar para os soldados mortos das Forças de Defesa de Israel (IDF). Um porta-voz da UER adiantou que o organismo estava "a analisar as letras das canções", sendo um "processo confidencial" até que seja "tomada uma decisão final".
Para o presidente de Israel, "é importante que Israel participe na Eurovisão" porque é "também uma posição". "Penso que é importante que Israel participe na Eurovisão, e isto é também uma declaração, porque há 'haters' que tentam expulsar-nos de todos os palcos", afirmou Herzog no domingo, citado pelo Times of Israel.
O ministro da Cultura e dos Desportos de Israel, Miki Zohar, considerou anteriormente que o facto de a música poder ser analisada como política é uma perspetiva "escandalosa". "A música de Israel, que será interpretada por Eden Golan, é uma música comovente, que expressa os sentimentos do povo e do país nos dias de hoje, e não é política", afirmou na rede social X.
Já no domingo, a estação estatal de Israel - Kan - ameaçou abandonar o Festival Eurovisão da Canção deste ano se os organizadores rejeitarem a letra da sua canção por razões políticas. "Se não for aprovada pela UER, Israel não irá participar no concurso", apontou a KAN.
Eden Golan e a sua canção 'October Rain' foram selecionadas para participar no concurso anual, que este ano se realizará em maio em Malmö, na Suécia.
Lusa | 15:43 - 25/02/2024
A participação de Israel na Eurovisão, que este ano se realiza em Malmo, na Suécia, entre os dias 7 e 11 de maio, tem sido alvo de críticas, com vários artistas europeus a pedir a expulsão do país do Médio Oriente - algo que a organização do evento se tem recusado a fazer - devido à corrente ofensiva na Faixa de Gaza.
Por outro lado, mais de 400 celebridades e executivos da indústria de cinema de Hollywood assinaram uma carta aberta a defender a participação do país, considerando que a "atual ronda de combates não é uma guerra que Israel quisesse ou tenha começado" e punir o país "seria uma inversão da justiça".
Após o anúncio de que Israel iria participar no certame, a União Europeia de Radiodifusão (UER) defendeu que "o Festival Eurovisão da Canção é um concurso para as emissoras públicas de toda a Europa e do Médio Oriente". "É um concurso para as emissoras - não para governos - e a emissora pública israelita participa no concurso há 50 anos", reiterou.
O país do Médio Oriente, recorde-se, estreou-se no festival europeu em 1973, uma vez que, segundo as normas do concurso, todos os membros ativos da União Europeia da Radiodifusão - ou seja, que façam parte da Área Europeia de Radiodifusão e que pertençam ao Conselho da Europa - podem participar. Desde então, já venceu quatro vezes: em 1978, 1979, 1998 e 2018.
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