Em entrevista à Lusa antes do teste de som da tarde, Selma Uamusse disse que vai levantar o véu sobre o seu primeiro disco a solo, parte do qual gravado no país onde nasceu, e que só deverá estar finalizado dentro de dois meses.
O público do Festival Músicas do Mundo será o primeiro a assistir a esta estreia a solo, que é uma combinação de influências, "com um bocadinho de Moçambique", mas também "todo" o "historial" da artista, do gospel ao rock e à soul, e ainda uns ritmos da eletrónica.
"É uma descoberta e, acima de tudo, um encontro com a minha ligação umbilical com Moçambique", apresenta Selma, acrescentando que os pedaços do novo trabalho que foi mostrando até agora tiveram "ótima recetividade".
O concerto de hoje, marcado para as 21:30, no largo do centro histórico da aldeia alentejana de Porto Covo, incluirá ritmos e instrumentos da música tradicional moçambicana, mas também viagens "para outras regiões", descreve Selma Uamusse, reconhecendo "a vantagem de ter podido contar com a colaboração de músicos moçambicanos", tanto "da velha guarda", como de artistas da sua geração "que estão a dar cartas".
Hoje, realça, "há maior conhecimento, maior recetividade e maior valorização também àquilo que é feito no circuito menos comercial" das músicas do mundo.
Porém, salienta, estas músicas de fusão são "cada vez menos de nicho" e há cada vez mais eventos que lhe são dedicados, como é o caso do Festival Músicas do Mundo. "Aqui em Portugal existe uma abertura cada vez maior àquilo que são sons menos locais e mais de todo o mundo", observa.
Selma Uamusse atua hoje depois da polaca Karolina Cicha (20:00) e antes dos colombianos Cimarrón (23:00), naquele que é o último dia da programação em Porto Covo. A partir de segunda-feira, o Festival Músicas do Mundo muda-se para Sines, onde fica até sábado.