Organizado pela Proviseu e pelo Conservatório Regional de Música de Viseu, o 17.º Festival Internacional de Música da Primavera vai realizar-se entre 02 e 20 de abril e representa um investimento de cerca de 220 mil euros.
O presidente da Proviseu, António Raínho, disse hoje, em conferência de imprensa, que o apoio dado este ano pela Direção-Geral das Artes (35 mil euros), a juntar ao da autarquia (100 mil euros) e dos mecenas, permitiu "alavancar a qualidade, em termos quantitativos", do festival.
"Temos mais música, mais artistas, mais compositores, mais tempo", frisou, lembrando que esta edição do festival teve um prelúdio e, a partir de maio, terá um poslúdio.
Os concertos vão realizar-se em locais como o Museu Nacional Grão Vasco, o Teatro Viriato, a Aula Magna do Politécnico de Viseu, a Igreja da Misericórdia, o Auditório da Escola Secundária Emídio Navarro e o Pavilhão Multiusos.
O diretor artístico do festival, José Carlos Sousa, destacou o concerto de abertura pelo Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, no Teatro Viriato.
"Tem como solista Pedro Rodrigues, professor na Universidade de Aveiro e um dos grandes guitarristas da atualidade", afirmou José Carlos Sousa, acrescentando que esta orquestra nunca esteve em Viseu.
Outro dos momentos altos da primeira semana do festival será a final do 6.º Concurso Internacional de Guitarra de Viseu, que teve 27 inscritos, de 14 países: Bélgica, Croácia, França, Grécia, Itália, Japão, Lituânia, México, Portugal, Roménia, Eslováquia, Coreia do Sul, Espanha e Ucrânia.
Segundo José Carlos Sousa, depois de uma primeira fase de seleção através de gravações de vídeo, vão apresentar-se em Viseu 17 guitarristas. Portugal nunca teve um concorrente na final do concurso, estando o diretor artístico convicto de que tal poderá acontecer este ano, no dia 06.
"A nossa convicção é de que há concorrentes portugueses muito bons, que estão a estudar fora do país e podem chegar à final", afirmou o responsável, lembrando que o vencedor ganhará seis mil euros, uma guitarra com um valor estimado de oito mil euros e a oportunidade de tocar em quatro festivais internacionais (Bratislava, Sevilha, Fundão e Viseu).
O festival encerrará no dia 20 com uma das obras-primas de Gustav Mahler, a Sinfonia n.º 2, "Ressurreição", interpretada pela Orquestra Filarmónica Portuguesa, os coros Polifónico da Lapa e Sinfónico Lisboa Cantat, e com a soprano Bárbara Barradas e a meio-soprano Patrícia Quinta, como solistas.
"Vamos ter uma grande massa orquestral no Pavilhão Multiusos, porque ainda não temos em Viseu nenhuma sala que possa levar 200 músicos em palco", referiu o diretor artístico, acrescentando que a orquestra é dirigida pelo maestro Osvaldo Ferreira.
Margarita Escarpa (Espanha), Judicael Perroy (França) e o Sevilla Guitar Duo (Espanha), na guitarra, o trio de piano, flauta transversal e violino constituído por Isolda Crespi Rubio, Joana Correia e Nuno Meira, a pianista Luísa Tender e o duo de violoncelo e piano de Jeremy Laque (Reino Unido) e Katerina Kabakli (Grécia) são outros músicos que poderão ser ouvidos em Viseu.
José Carlos Sousa alerta, porém, para mais atuações paralelas ao programa: "O festival não tem só os concertos que a maioria do público conhece", afirmou.
Está a decorrer um concurso interno de instrumentistas do conservatório, cujo resultado final poderá ser visto no concerto do dia 14. Haverá ainda concertos pedagógicos em escolas, lares, em instituições de pessoas com deficiência, assim como no estabelecimento prisional e no hospital, além de 'masterclasses' para alunos e profissionais de música.
"Não é só o concurso internacional que traz muita gente de fora. Estas 'masterclasses' trazem a Viseu alunos que vêm de Belmonte, Portalegre, Évora, Aveiro, Seia, Covilhã, Santa Comba Dão, Vouzela, Viseu e da [Escola Profissional de Artes Performativas] da Jobra", frisou.
Leia Também: Festival MED faz 20 anos com música de 30 países e Marrocos é convidado