Produzido pela Mares do Sul, com realização e argumento de Cristina Ferreira Gomes, o documentário tem autoria e entrevista de Luiz Antunes, resultado de dois anos de filmagens que acompanharam o processo de criação do espetáculo 'Pas d'Agitation', e a sua estreia, em Paris, em 2022, segundo a produção.
'Olga Roriz', descrito como um "percurso intimista pelos mundos criativos e intensos" da coreógrafa, terá antestreia hoje, no Teatro Nacional de São Carlos, às 18h30, com entrada livre, na presença da criadora, e é transmitido na RTP2 na sexta-feira.
O longo período de rodagem permitiu a Cristina Ferreira Gomes - que assinou também um documentário sobre a coreógrafa Vera Mantero, em 2023, e deverá estrear outro este ano sobre Clara Andermatt - estabelecer proximidade com a coreógrafa e construir um filme intimista sobre a vida e obra de Olga Roriz, passando por geografias diversas, nomeadamente os Açores, Lisboa, Évora e Paris.
O repertório na área da dança, teatro e vídeo de Olga Roriz é constituído por mais de 90 obras, incluindo as mais recentes - 'A hora em que não sabíamos nada uns dos outros' (2023), 'Deste Mundo e do Outro' (2022), 'A minha história não é igual à tua', com interpretação de reclusos, 'Seis meses depois' (2020), e 'Autópsia' -, que, à semelhança da maior parte da sua produção, tiveram apresentações pelo país.
Roriz criou e remontou peças para o Ballet Gulbenkian, Companhia Nacional de Bailado, Ballet Teatro Guaira (Brasil), Ballets de Monte Carlo, Ballet Nacional de Espanha, English National Ballet, American Reportory Ballet e Alla Scala de Milão (Itália).
Nascida em Viana do Castelo, em 1955, Olga Roriz estudou ballet clássico e dança moderna com Margarida Abreu e Ana Ivanova, ingressou na Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa e tornou-se primeira bailarina do Ballet Gulbenkian, onde foi depois convidada a coreografar.
Em 1995, criou a Companhia Olga Roriz, atualmente instalada no Palácio Pancas Palha, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa.
O seu repertório na área da dança conta ainda, entre outras, com as peças 'Pedro e Inês', 'Inferno', 'Start and Stop Again', 'Propriedade Privada', 'Electra', 'Os Olhos de Gulay Cabbar', 'Nortada', 'Jump-Up-And-Kiss-Me', 'Pets', 'A Sagração da Primavera', 'Antes que Matem os Elefantes', 'Síndrome'.
Foi distinguida com a insígnia da Ordem do Infante D. Henrique (2004), Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores (2008) e o Prémio da Latinidade (2012), entre outros.
A dança contemporânea tem sido um tema regular no trabalho documental de Cristina Ferreira Gomes e Luiz Antunes, interesse mútuo que se aprofundou a partir da produção da série documental de 16 episódios 'Portugal que Dança'.
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