CCB vai lançar convite público de ideias para criar plano estratégico

O presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), Nuno Vassalo e Silva, vai lançar na sexta-feira um convite público à partilha de ideias e sugestões para incluir na definição da estratégia deste equipamento no triénio 2025-2027.

Notícia

© Reuters

Lusa
20/03/2025 23:44 ‧ ontem por Lusa

Cultura

CCB

A chamada para acolher sugestões vai decorrer na página da Internet do CCB (www.ccb.pt) até 21 de maio, revelou o responsável à agência Lusa sobre a primeira iniciativa desde que tomou posse, em janeiro deste ano.

 

Intitulado "O que pode o CCB fazer por si", 'open-call' de ideias e sugestões, pergunta ao público qual o papel que o centro deve ter na vida cultural do país e que "experiências culturais" gostaria de encontrar naquele equipamento da capital.

"A nossa principal motivação é construir uma prática de liderança que valorize a instituição e coloque no centro da atenção das equipas os interesses dos públicos e do país", explicou o responsável em resposta a perguntas da agência Lusa enviadas por correio eletrónico.

O objetivo é, segundo Vassalo e Silva, "consolidar e robustecer a reflexão estratégica em curso" para "integrar a diversidade dos públicos e parceiros", tanto os que frequentam o centro cultural como "aqueles que estão mais afastados".

"Valorizamos a multiplicidade de pontos de vista", acrescentou, sobre a iniciativa, que diz já ter realizado, "com sucesso", ao longo da carreira, enquanto responsável pela Direção-Geral do Património Cultural (antiga DGPC).

Nuno Vassallo e Silva foi nomeado em novembro de 2024 pela ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, para presidir ao conselho de administração da Fundação Centro Cultural de Belém (CCB), sucedendo a Francisca Carneiro Fernandes, que estava no cargo há um ano.

A exoneração da gestora cultural suscitou protestos, nomeadamente da Comissão de Trabalhadores do CCB e motivou uma petição exigindo explicações à ministra da Cultura, que justificou, na altura, em comunicado, com a "necessidade de imprimir nova orientação à gestão [do CCB] para garantir um serviço de âmbito nacional, participando num novo ciclo da vida cultural portuguesa".

Sobre a chamada da participação pública no futuro da programação do centro cultural, Vassallo e Silva indicou que "tem bons antecedentes" no próprio CCB: "Uma primeira iniciativa, durante a presidência de Vasco Graça Moura [1942-2014], em 2012, sob a forma de 'Convite à apresentação de propostas', e em 2023 o 'Estudo sobre consumo cultural'", durante a presidência de Elísio Summavielle, recordou.

"São momentos importantes na vida das instituições, em que todos os públicos são chamados a participar ativamente, dando a sua opinião e os seus contributos", resumiu o responsável, destacando que o 'open-call' não é dirigido apenas a profissionais das artes ou agentes culturais, mas a todos os interessados para obter "opiniões diversificadas".

Questionado sobre que tipo de contributos espera receber, o presidente do CCB disse que, "tratando-se de uma auscultação muito livre e até relativamente informal, o mais importante é a espontaneidade e a sinceridade dos contributos, provenientes de quem tenha interesse, conhecimento ou apenas uma curiosidade cidadã e cultural sobre a instituição".

"Podem ser opiniões, sugestões de melhoria, relatos de experiências no CCB e, se alguém se sentir motivado, também pode enviar propostas concretas para atividades", indicou o antigo diretor-adjunto do Museu Calouste Gulbenkian, que esteve até ao final de 2024 a dirigir a delegação em Paris daquela fundação.

Sobre o financiamento para a concretização das sugestões, Vassallo e Silva respondeu que "o orçamento da instituição acolhe e suporta tudo o que for incluído no Plano de Atividades, portanto as ideias e sugestões que forem integradas na estratégia terão o financiamento normal, até porque o CCB trabalha com muita antecedência e tem essa flexibilidade".

Por outro lado, tentará "encontrar linhas de financiamento adicionais como, aliás, já acontece com projetos de maior envergadura", acrescentou, admitindo que "existe abertura e interesse para alargar o número e o tipo de parcerias, com fontes de financiamento".

"Aliás, faz parte da estratégia para este triénio propor a revisão dos Estatutos da Fundação. É algo que tem sido discutido recorrentemente e que será essencial à vida do CCB, não só para alargar à sociedade civil e ao setor empresarial, envolvendo outras organizações como a Câmara Municipal de Lisboa, por exemplo", indicou o novo presidente.

A recolha e análise das sugestões e propostas do convite à participação pública será feita através do preenchimento de um formulário, no ´website´ do CCB, e o seu conteúdo "será relevante e tido em conta na nova orientação estratégia do CCB", assegurou.

"O processo está em curso, envolve os colaboradores, envolve o Conselho de Administração e outros agentes, e certamente irão surgir boas ideias que podem alargar as possibilidades de ação", estima o historiador de arte que foi secretário de Estado da Cultura no XX Governo.

Questionado sobre as diretrizes da presidência para futuras programações, o presidente do CCB disse: "A definição estratégica está em curso, e naturalmente estamos a desenvolver alguns eixos estruturantes que a seu tempo partilharemos numa lógica mais operacional".

Relativamente à comunicação dos resultados deste convite público, indicou que, "em setembro, com o início da nova temporada dos espetáculos, haverá certamente nota pública do que colheremos e integrámos na estratégia".

Nuno Vassallo e Silva sustenta que "é importante conhecer e ouvir os públicos, as comunidades" e que "é este trabalho que se pretende intensificar", fazendo do CCB "um ponto de encontro e de muitos cruzamentos, que funciona em rede para continuar a desenvolver".

O CCB quer medir os resultados obtidos e também o impacto das ações a realizar: "Estamos neste momento em fase de adesão ao Compromisso de Impacto Social das Organizações Culturais, um projeto do Plano Nacional das Artes", disse.

Quanto a números de afluência, segundo o responsável, em 2023 o CCB registou 139.231 espectadores e em 2024 verificou-se um aumento de quase mais 25 mil, situando-se nos 164.071 espectadores.

Nos visitantes do Museu de Arte Contemporânea do CCB (MAC/CCB), que veio substituir o antigo Museu Coleção Berardo, mantendo aquela coleção em depósito, juntamente com outras adquiridas pelo Estado, como a Ellipse, os números apontam para 171.092 visitantes em 2023 e 179.890 em 2024.

Leia Também: 'Jenufa'. Maestro Jaroslav Kyzlink estreia-se em Portugal na sexta-feira

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas