Em comunicado, a EGEAC indica que o júri, composto pelo presidente da empresa municipal, Pedro Moreira, pelo administrador do Centro Cultural de Belém Delfim Sardo e pela diretora das Galerias Municipais e do Atelier-Museu Júlio Pomar, Sara Antónia Matos, valorizou "a visão estratégica, bem como o perfil e experiência profissional da crítica de arte e curadora".
"O novo Pavilhão acolherá a coleção privada do artista plástico, no âmbito do Acordo de Parceria assinado entre a EGEAC e a Associação Julião Sarmento. O novo espaço, com abertura prevista para o final de 2024, visa privilegiar a arte e a cultura contemporâneas, dedicando-se à organização e apresentação de exposições, atividades e eventos de caráter nacional e internacional", acrescentou a EGEAC.
O processo de recrutamento contou com um total de 47 candidaturas.
Crítica de arte e curadora, Isabel Carlos foi cofundadora e subdiretora do Instituto de Arte Contemporânea, diretora artística da Bienal de Sydney, na Austrália, e diretora do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Atualmente, faz parte do conselho de administração da Fundação Arpad Szenes -- Vieira da Silva.
Em fevereiro, aquando da assinatura do protocolo entre a Associação Coleção Julião Sarmento e a EGEAC, foi apontada a data de 04 de novembro, dia de aniversário de Julião Sarmento (1948-2021), para a abertura oficial do até agora denominado Pavilhão Azul, perto da zona de Belém, onde ficará depositada a coleção de arte do artista.
"É uma coleção notável de mais de 1.200 obras dos principais artistas nacionais, mas também muitos internacionais, e tem como fio condutor o facto de serem amigos do Julião Sarmento", explicou à Lusa, na altura, Luís Sáragga Leal, da Associação Coleção Julião Sarmento.
A ideia de doar a coleção à Câmara Municipal surgiu depois de o artista plástico ter exposto parte da sua coleção, em 2015, na mostra "Afinidades Eletivas", dividida entre o então Museu da Eletricidade, integrado no atual Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), e na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa.
Ainda em vida, Julião Sarmento considerou que o Pavilhão Azul seria "perfeito", pela localização no eixo museológico de Belém.
Anunciado em 2017, o projeto de recuperação do edifício surgiu na sequência da assinatura de um protocolo de parceria entre o artista visual e a autarquia, tendo sido em fevereiro assinada uma nova parceria.
"Fazemos confiança na EGEAC, que vai gerir esses orçamentos e comprometeu-se a disponibilizar os meios necessários para que o diretor artístico possa levar a cabo a missão que lhe está confiada, que é divulgar a obra do Julião Sarmento e a Coleção Julião Sarmento", disse Sáragga Leal.
A coleção de Julião Sarmento inclui obras de Joaquim Rodrigo, de quem Sarmento foi assistente, e de outros artistas portugueses que cruzaram a sua vida, como Álvaro Lapa, Eduardo Batarda, Jorge Molder, Rui Chafes, João Vieira, Rui Sanches, Pedro Cabrita Reis, Fernando Calhau, Rui Toscano, Alexandre Estrela, Vasco Araújo.
Artistas estrangeiros também estão representados na coleção privada, como Andy Warhol, Marcel Duchamp, Robert Frank, James Turrell, Jeff Wall, Wolf Vostell, Cindy Sherman, Nan Goldin, Adriana Varejão e Marina Abramovic.
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