"É um trabalho conceptual, em que as canções fazem ligação umas com as outras em termos de textos", disse hoje Mário Mata à agência Lusa.
O cantor, de 64 anos, explicou que "A Grande Cidade", com 11 faixas, "é um disco autobiográfico" que abrange três parcerias nas letras com os poetas Joaquim Pessoa (1948-2023) e José António Gonçalves (1954-2005), e com Catarina Peça, nos temas "São os sinais do tempo", "Percurso de sombras" e "Importas-te?", respetivamente.
"Conto neste disco a história, vista pelo retrovisor do carro, de alguém que deixa a cidade para vir morar na vila", afirmou Mário Mata, que nasceu em Luanda, Angola, em 1960, e veio para Portugal em 1974, passando a viver no Algarve, primeiro em Portimão e depois noutras cidades da região.
O criador de "Não há nada p'ra ninguém", seu primeiro sucesso, incluído no LP com o mesmo título, editado em 1981, radicou-se nesse ano em Lisboa, tendo em 2005 mudado a residência para Penela, uma vila de origem medieval no distrito de Coimbra.
"Se Mário Mata fosse um pássaro, seria com certeza um melro ou um pardal ou mesmo uma gaivota. Nunca poderia ser um canário, pela simples razão que não seria capaz de sobreviver numa qualquer gaiola, por mais dourada e confortável que fosse. O Mário é um homem livre e dessa condição não prescinde, mesmo quando essa opção dói. E frequentemente dói", afirmou o jornalista Viriato Teles, numa biografia que o músico facultou à Lusa.
Produzido por Rui Fingers, Paulo Sérgio de Matos e Joaquim Fonseca para a Glam Music, o disco "A Grande Cidade" foi apoiado pelo Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo contado com diversos contributos.
Desde 2016, Mário Mata tem participado em 'tournées' do cantor José Cid, seu amigo. Em 2018, realizou três grandes concertos com Fausto Bordalo Dias, José Cid e Né Ladeiras, em Coimbra, Porto e Lisboa.
Além da atividade a solo, o compositor integra dois projetos coletivos, um sob o signo de Bob Dylan e 'Mário Mata e amigos do Zeca'.
Nestes 43 anos, desde a obra de estreia "Não há nada p'ra ninguém" (1981), Mário Mata lançou no mercado, entre outros, os seguintes discos: "Não mata mas mói" (1982), "Deix'os poisar" (1987), "Somos Portugueses" (1991), "Dupla face" (2004), "Sinais do tempo" (2012), "Regresso" (2017), "Pouco me importa" (2021) e "X" (2022).
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