Segundo o museu, a exposição "procura reforçar junto do público o papel do cartoon editorial, aqui considerado no seu sentido mais amplo, enquanto ferramenta de reflexão sobre um determinado período histórico".
Esse período histórico diz respeito aos anos 1974-1976, cujas personagens e acontecimentos foram analisados, caricaturados e satirizados na imprensa portuguesa por alguns dos artistas que integram esta exposição.
No total, serão mostrados cerca de 130 cartoons e desenhos, repartidos em três núcleos, assinados por António, Augusto Cid, João Abel Manta, José Vilhena, Sam e Vasco, "artistas que aproveitaram o fim da censura para mostrar outros ângulos de observação, simultaneamente críticos e divertidos, sobre os acontecimentos de que eram testemunhas privilegiadas".
O primeiro núcleo da exposição permite dar destaque aos protagonistas portugueses da revolução e, lembra o Museu Bordalo Pinheiro, ninguém foi poupado nos desenhos.
"Antigos governantes até então intocáveis, presidentes da República, chefes de governo, ministros, deputados, membros do Conselho da Revolução, empresários conhecidos, todos seriam alvo preferencial da sátira que passou a inundar as páginas da imprensa da época", lê-se na nota de apresentação da exposição.
O segundo núcleo apresenta desenhos sobre o contexto internacional no qual o processo revolucionário português decorreu, com os cartoonistas a registarem o interesse "dos líderes do mundo Ocidental", encabeçado pelos Estados Unidos da América, e do bloco de Leste, dirigido pela União Soviética", por Portugal.
O terceiro e último núcleo da exposição aborda a forma como a imprensa portuguesa deu "expressão gráfica" a ideologias, como "comunismo, socialismo, social democracia, democracia-cristã, fascismo", "cuja simples menção era proibida no país da PIDE e da censura".
"Com a revolução e a imediata restauração da liberdade de expressão, todos os conceitos políticos passaram a ser admitidos, uns, e altamente criticados, outros", no desenho editorial, lembra o museu.
Com curadoria do historiador Paulo Jorge Fernandes, 'O humor unido jamais será vencido: os cartoons da Revolução (1974--1976)' integra as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 e ficará patente até 9 de março.
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