Morreu Arlindo Fagundes, ilustrador dos livros 'Uma Aventura'

As cerimónias fúnebres decorrem no sábado, dia 11 de janeiro, no Crematório de Braga.

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Notícias ao Minuto com Lusa
09/01/2025 22:29 ‧ há 8 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Cultura

Óbito

O ilustrador dos livros da coleção 'Uma Aventura', Arlindo Fagundes, morreu esta quinta-feira, aos 79 anos.

 

"Foi com enorme tristeza que recebemos a notícia de que Arlindo Fagundes, ilustrador e nome de referência da área da banda desenhada e do cartoon e ilustrador dos livros da coleção 'Uma Aventura' faleceu, hoje, aos 79 anos", lamentou a Editorial Caminho, em comunicado.

A editora, que recordou que Arlindo Fagundes "era, desde o primeiro volume, o ilustrador dos livros da conhecida coleção 'Uma Aventura'", deu conta de que as cerimónias fúnebres decorrem no sábado, dia 11 de janeiro, no Crematório de Braga, com o velório às 9h00 e a cremação às 16h00.

Arlindo Fagundes, que nasceu em Ovar, distrito de Aveiro, a 3 de julho de 1945, passou pelo Conservatoire Libre de Cinéma Français, onde se diplomou como realizador de Cinema em 1973, durante o seu exílio em França (1967-1974), tendo aderido ao PCP (Partido Comunista Português) em 1968, de acordo com a biografia na Infopédia.

"Regressado a Portugal após a queda do Estado Novo, em 1975, inicia a atividade de ceramista com rara mestria, criando uma galeria de papudos bonecos, de expressão nacional e regional", pode ler-se.

O ilustrador iniciou-se na cerâmica em 1975, na oficina que instalou em Prado, Vila Verde, "onde produziu os simpáticos e irónicos bonecos de barro que lhe deram notoriedade como artesão". Além disso, frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e participou "como formador ou coordenador em numerosas ações de formação profissional, nomeadamente em Barcelos, Guimarães e Vila Nova de Cerveira".

Foi também convidado pelo World Craft Council "para dirigir a oficina de cerâmica tradicional a funcionar em Barcelos, integrada na Conferência Europeia do Artesanato de 1987", e, no mesmo ano, recebeu o '1.º Prémio de Design Artesanal de Vila Nova de Cerveira'. 

Como caricaturista, colaborou nos jornais regionais Correio do Minho (diário), Minho (semanário) e A Patada, todos de Braga, para além do República (diário), Sempre Fixe, O Norte Popular (do Porto) e A Alavanca, jornal da Intersindical, com a particularidade de neste último ter realizado uma série de tiras de BD.

Como docente, lecionou nos cursos de Técnicos de Comunicação e Técnicos Multimédia, na Escola Profissional de Braga, tendo chegado a lecionar Fotografia na Escola Calouste Gulbenkian e sido responsável por formação profissional.

Na banda desenhada, Arlindo Fagundes fez as aventuras de Pitanga, barbeiro ao domicílio, um pouco ao estilo de Corto Maltese, personagem de Hugo Pratt que muito apreciava. A sua banda desenhada evidenciava um estilo e consistência narrativa muito originais, com predominância de um humor muito pessoal, aliado ao seu habitual e vigoroso traço negro, pode ler-se na nota biográfica.

A sua paixão pela pintura motivou ainda a realização de algumas exposições, individuais e coletivas, em Braga, Fafe, Lisboa, entre outras localidades.

[Notícia atualizada às 22h50]

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