A diretora do Museu do Louvre, em Paris, alertou o governo francês para o "mau estado" do museu mais visitado do mundo, entre as quais fugas de água, sobrelotação, falta de qualidade da restauração e más condições sanitárias.
Numa carta enviada à ministra da Cultura, Rima Abdul-Malak, e a que o Le Parisien teve acesso, Laurence des Cars alertou para a "proliferação de danos nos espaços do museu" e sublinhou que "alguns encontram-se em muito mau estado".
A diretora, a primeira mulher a liderar a instituição, destacou que algumas zonas "já não estão bem isoladas, enquanto outras registam variações significativas de temperatura, pondo em risco a preservação das obras de arte".
Apesar de reconhecer os problemas orçamentais do governo francês, Des Cars comentou o encerramento do Museu de Arte Moderna Pompidou - que irá fechar em setembro para obras de remodelação no valor de 262 milhões de euros - e alertou que o Museu do Louvre poderá precisar de uma reforma dispendiosa e tecnicamente complicada.
A diretora manifestou também preocupação pelas condições oferecidas aos milhões de pessoas que visitam o local anualmente. No total, cerca de 8,7 milhões de turistas visitaram o Louvre em 2024, provocando uma "tensão física" num edifício histórico.
Além disso, alertou, os visitantes não têm espaços "para fazer uma pausa" durante a visita e "as opções alimentares e as instalações sanitárias são insuficientes em termos de volume, ficando muito aquém das normas internacionais".
Até a pirâmide de vidro desenhada pelo arquiteto Ieoh Ming Pei, que é a construção mais moderna do museu, inaugurada em 1989, foi alvo de críticas devido às "grandes deficiências". Segundo Des Cars, o local torna-se numa estufa em dias de calor, tornando-se "inóspito" e barulhento.
Sublinhe-se que o Museu do Louvre é o museu mais visitado do mundo. Só em 2024 recebeu cerca de 8,7 milhões de visitantes, 70% dos quais estrangeiros.
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