Esta é a quarta exposição individual de Ana Vidigal nesta galeria de Madrid, onde estará até 29 de março.
"A habitual carga de memória que conforma e nutre a poética" de Ana Vidigal "deu lugar desta vez a uma reflexão" sobre o presente "inquietante e incerto", disse a galeria Espacio Minimo, numa informação de apresentação da exposição.
Segundo a galeria, "Cuentáme del viento" ("Conta-me sobre o vento" ou "Fala-me do vento") junta "obras de criação recente" da artista portuguesa e integra uma instalação "de telas de grande formato em jeito de bandeiras" que "pendem imóveis, apropriando-se do espaço" e em que "personagens infantis inocentes do 'comic' e fotografias ampliadas são portadores" de uma "simbologia para a resiliência".
A exposição integra ainda pinturas sobre tela e impressão digital com jato de tinta "em que os ventos estão presentes a modo de contraponto" e um conjunto de pinturas sobre papel.
Nascida em Lisboa, em 1960, Ana Vidigal tem vindo a recorrer à pintura, colagem, 'assemblage' e instalação como processos de descontextualização e reconfiguração de imagens retiradas de diversas fontes, explorando os valores sociais, políticos e memórias.
Concluiu o curso de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, em 1984, e foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1985 e 1987.
Em 2010, Ana Vidigal foi alvo da retrospetiva "Menina Limpa Menina Suja", com curadoria de Isabel Carlos, no Centro de Arte Moderna -- Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Entre as suas exposições recentes contam-se a participação na Feira Internacional de Arte Contemporânea de Bogotá -- ARTBo, em 2018, onde criou um mural; "Arpad e as cinco", no Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva, em Lisboa, em 2020, em que deu continuidade à pesquisa sobre conceitos como "doméstico, intimidade, privacidade, público e exterioridade"; "Como é Antigo o Passado Recente", que em 2022 mostrou no Convento S. Francisco, em Coimbra; ou "Pour voir, ferme les yeux", no Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré, em Tours, em 2024, a primeira exclusivamente dedicada à sua obra em França.
"Casa dos Segredos", "Austeridade e Pequenos Sinais de Fumo", "Estilo Queen Anne" e "Cine Mar(a)vil(h)a" contam-se entre outras exposições individuais da artista que "transcende limites, desafia convenções e incita reflexões profundas sobre valores sociais, políticos e culturais", como se lê num artigo da galeria P55, dedicado ao seu percurso.
O trabalho de Ana Vidigal encontra-se representado na Coleção de Arte Contemporânea do Estado, assim como, entre outras, nas coleções do Centro de Arte Moderna -- Fundação Calouste Gulbenkian, Culturgest, Manuel de Brito e António Cachola.
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