Intitulada "Luís Athouguia, retrospectiva (1991-2019)", a exposição, que inclui 65 telas doadas pelo artista à Coleção da Câmara Municipal de Cascais em 2022, é uma das dedicadas a três artistas portugueses incluídos no arranque da temporada, incluindo Ana Lima-Netto, além de Tomás Serrão, segundo a programação enviada à agência Lusa.
O artista cria pinturas abstratas "que evidenciam a maestria com as quais, através da exploração das cores e das formas, resultando em visões oníricas e poéticas", indica o texto sobre esta mostra do autor natural de Cascais, nascido em 1953, que expõe o seu trabalho desde o início dos anos de 1980 em mostras e bienais de arte em Portugal, Espanha, França, Alemanha e Itália.
O centro cultural abre em simultâneo, no espaço da capela, uma instalação recente de Tomás Serrão sob o título "página 37" e subtítulo "'A Peste', de Camus", que ficará patente até 06 de abril.
"Inspirado pelo texto de Albert Camus, o artista constrói uma reflexão plástica sobre o ato, por vezes inconsciente, de ignorar as evidências que apontam para uma realidade que pode ser brutal e desoladora", descreve um texto sobre a instalação.
Na essência, o projeto reflete sobre o que é "preferir permanecer na ignorância para que aquilo que é indiscutivelmente real possa habitar o não-lugar da sombra".
Licenciado em Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Tomás Serrão, nascido em Lisboa, em 1999, fundou o projeto Pátio N.º2, um espaço coletivo que promove o diálogo a cooperação entre jovens artistas.
A 15 de fevereiro o Centro Cultural de Cascais irá inaugurar "Manifestações", de Ana Lima-Netto, com obras produzidas entre 2022 e 2023.
Inspirada no Mito de Er, relatado por Platão em "A República", a artista cria desenhos, instalações e esculturas que exploram a fragilidade e transcendência da condição humana, segundo o texto da organização.
Utilizando o metal como material primordial, a exposição, patente até 20 de abril, pretende "provocar uma resposta emocional e introspetiva no visitante", aponta.
"No processo criativo, interessa-me ter como ancora a leitura de textos filosóficos da antiguidade que abordam os objetivos e as relações próprias da natureza humana depositados no inconsciente de cada um", explica a artista, citada no texto.
Ana Lima-Netto, nascida em Lisboa, em 1960, é licenciada em arquitetura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa e leciona na Sociedade Nacional de Belas-Artes desde 2015.
Ao longo do ano, estão ainda previstas para o Centro Cultural de Cascais mostras do fotógrafo norte-americano Rodney Smith, do espanhol Eduardo Arroyo e do brasileiro Cícero Dias.
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