"É uma perda imensa, porque a Maria Teresa é um dos grandes nomes da literatura portuguesa e é também alguém absolutamente incontornável no movimento feminista português e incontornável até no jornalismo, na história do jornalismo, porque é das primeiras mulheres a conseguir ocupar um lugar físico dentro da redação de um jornal na década de [19]60", disse, em declarações à Lusa.
A autora de "A Desobediente", biografia de Maria Teresa Horta, publicada no ano passado pela Contraponto, que era também amiga pessoal daquela que ficou como a última das "Três Marias", fala de uma "perda imensa" e reconhece que apesar de já estar à espera, não estava verdadeiramente à espera, porque achava "que a Teresa era para sempre".
"Claro que a Teresa é para sempre, porque a obra da Teresa está aí, está viva e estará viva enquanto nós a mantivermos viva, e eu espero que esse trabalho seja feito por todos nós leitores, pela editora, pela família, claro".
Para Patrícia Reis, é "muito difícil, porque a Teresa era uma mulher maior que tudo, era uma mulher que tinha o dobro do sangue de todos nós, nas suas convicções, na sua liberdade, no seu sentido de justiça e isso é absolutamente louvável".
A escritora confessa que Maria Teresa Horta sempre foi "uma inspiração", além de amiga, por mais de duas décadas.
"Foi um privilégio fazer a biografia com ela e ter a sua colaboração na biografia, mas sobretudo perceber, conforme ia falando com ela, que falar com a Teresa era falar com um pedaço da História".
Patrícia Reis considerou ainda que "esta é uma oportunidade para relermos a obra da Teresa, revisitarmos as suas ideias e as suas convicções".
A escritora Maria Teresa Horta, a última das "Três Marias", morreu hoje, aos 87 anos, em Lisboa.
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