Associação dá prémios a lusodescendentes e homenageia João Gil em Paris

A associação de lusodescendentes em França Cap Magellan entregou hoje seis prémios para celebrar a excelência da comunidade lusófona, reunindo dezenas de portugueses e lusodescendentes em Paris, onde homenageou também o compositor João Gil pelos seus 50 anos de carreira.

Notícia

© Mário Galiano

Lusa
08/02/2025 23:51 ‧ há 4 horas por Lusa

Cultura

João Gil

um orgulho premiar a excelência da comunidade lusófona", disse à Lusa Lurdes Abreu, de 29 anos, presidente da Cap Magellan desde 2023, acrescentando que o valor da comunidade "é muitas vezes esquecido" e que a gala anual existe para "relembrar que a dupla cultura é uma riqueza, é um poder e um orgulho".

 

Realizada pela primeira vez na Universidade de Sorbonne, a gala deu a "oportunidade de dar um palco para jovem artistas e projetos", como a iniciativa Soundscape Portugal, de Yoann Le Gruiec e Mickaël Cordeiro, e o filme 'Au-delà du Silence' de Christophe Fonseca, segundo Lurdes Abreu, voluntária na associação desde 2018.

Relativamente aos vencedores, Hortense Demael foi a 'Melhor aluna do ensino secundário', Marina Sadi foi a 'Melhor estudante universitária', Graines de Luso o 'Melhor projeto associativo', Rui Fernandes teve a 'Melhor iniciativa de cidadania' com o projeto HidraLocaliza e Johanna Pereira foi destacada como a 'Melhor jovem empreendedora' com o projeto Au fil de Jojo. Todos receberam um troféu e um cheque de 1.500 euros.

"É uma honra receber este prémio, vai permitir-me manter uma relação forte com as lusofonias, porque há uma grande variedade na cultura lusófona", afirmou Marina Sadi, estudante de mestrado com origem portuguesa por parte da mãe e cujo percurso académico já passou por França, Portugal, Brasil, Espanha e Reino Unido.

Na categoria 'Melhor revelação artística musical' venceu o 'rapper' franco-português Desgo, que toca guitarra portuguesa e fala nos seus temas das suas origens e da migração, tendo sido um dos artistas a atuar, bem como a cantora e 'beatboxer' lusodescendente Prichia, a Tuna Bagatuna de Rio Maior e João Gil.

João Gil disse à Lusa que "é maravilhoso e é pleno de significado especial estar fora de Portugal, no sentido geográfico, mas ao mesmo tempo estar tão dentro dos portugueses, onde eles estiverem acaba por ser um Portugal muito maior".

"Isso dá-me muita felicidade, carrego muitas histórias. Cada canção são vidas, são histórias", afirmou João Gil, após ter tocado alguns dos seus êxitos para o público, como 'Postal dos Correios', 'Perdidamente', 'Loucos de Lisboa' e 'O dia mais bonito', referente a "uma data tão histórica e tão importante como foi o 25 de Abril".

Prestes a celebrar 50 anos de carreira, após a saída do primeiro álbum dos Trovante em 1976, o compositor revela que ainda não teve tempo "para parar e olhar para trás", mas que embora tenha começado a fazer música antes, aprendeu "tudo, a fazer as coisas e a ser homem" com a banda.

Para os novos artistas, João Gil, que está a preparar um novo álbum, um musical e dois espetáculos, aconselha a que "trabalhem em grupo", já que "a música é muito maior do que cantar".

A apresentação da gala bilíngue ficou ao cargo de Diane Cardoso-Gomes e do já habitual apresentador José Carlos Malato, para quem a Cap Magellan é "uma associação modelo que tem intervenção a vários níveis e é muito ativista nos direitos dos portugueses, nos incentivos para votarem, para uma cidadania ativa".

"Eu comecei a trabalhar com eles há 12 anos e nunca mais parámos", afirmou Malato, referindo a atividade que realiza com a associação durante o verão, a 'Sécur'Été', ações em França e Portugal durante "transumância dos portugueses" entre os dois países.

A Cap Magellan, principal e maior associação de jovens lusodescendentes em França fundada em 1991 para promover a língua portuguesa e a cultura lusófona, realizou a gala este ano num contexto dos 50 anos da revolução do 25 de abril e dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões.

No domingo, a associação organiza ainda o segundo dia da rede Trabalhar Juntos, um encontro nacional da juventude lusodescendente para mobilizar e concretizar a redação do Livro Branco para "apresentar às instituições portuguesas, para que valorizem o poder político" dos jovens, segundo a presidente da Cap Magellan.

Leia Também: Festival Sudoeste anuncia que vai fazer "uma pausa" em 2025

Partilhe a notícia


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas