"É uma personalidade importantíssima no nosso panorama artístico. Foi o homem que nos introduz na modernidade, com a sua estética, herdeira do gótico naturalmente, mas com elementos que nos remetem já para outra época", explica o diretor do Mosteiro de Santa Maria da Batalha, Joaquim Ruivo.
Natural da Covilhã, Mateus Fernandes morreu em 1515 na Batalha, tendo participado durante 25 anos nas obras de construção do mosteiro, onde deixou vários exemplos preciosos do estilo manuelino.
Caracterizado pela introdução de temas marítimos, vegetalistas e exóticos, inspirados nos Descobrimentos, o estilo manuelino nasceu, segundo o diretor do monumento, "com Mateus Fernandes, no Mosteiro da Batalha, no Claustro Real".
"Começou nas bandeiras do Claustro Real, mas tem a apoteose no portal das Capelas Imperfeitas. Mas o estilo está em Lisboa, Tomar, Olivença e por esse mundo fora".
No sábado, a obra do arquiteto que serviu D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I é recordada na Batalha, no colóquio "Mateus Fernandes e o alvor da modernidade".
O diretor do monumento sublinha a necessidade de um "estudo aprofundado e divulgação da obra do arquiteto", sendo esta "uma primeira tentativa para juntar investigadores a falar de Mateus Fernandes", que está sepultado à entrada da igreja do mosteiro.
O colóquio é promovido pelos municípios da Batalha, Covilhã e pelo mosteiro, assumindo-se como um primeiro passo para "lembrar um homem importantíssimo na arte e arquitetura e no contexto da modernidade".