Governo vai criar grupo de trabalho para gestão do eixo Belém-Ajuda

O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, disse hoje, em entrevista à RTP, que "vai haver um grupo de trabalho" para definir "um plano integrado de gestão" do designado eixo Belém-Ajuda, em Lisboa.

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Lusa
21/04/2016 11:20 ‧ 21/04/2016 por Lusa

Cultura

Lisboa

A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a EDP, detentora do Museu da Eletricidade e do futuro Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, são as entidades a envolver neste grupo, para o novo plano da área ribeirinha da zona ocidental de Lisboa.

"Sei o que queremos fazer. O eixo Belém-Ajuda, na parte de circulação pública, é com a Câmara Municipal de Lisboa; na parte monumental, é com o Estado e com as outras entidades que têm lá monumentos - a Câmara, pelo Padrão dos Descobrimentos, e a EDP", disse o ministro da Cultura.

"Vamos fazer um plano integrado de gestão", reforçou Luís Castro Mendes, para acrescentar: "Mas não é a ideia que havia de o CCB [Centro Cultural de Belém] centralizar uma área que teria, depois, quase receitas próprias. Essa ideia está posta de parte, não é a ideia do Governo, nem é a minha ideia".

O governante lembrou que o Governo extinguiu a Estrutura de Missão para o eixo Belém-Ajuda, criada pelo Governo PSD/CDS-PP, estrutura que tinha como objetivo criar um plano estratégico em Belém, onde se concentra um grande conjunto de equipamentos culturais, jardins, museus e monumentos, alguns deles dos mais visitados do país, nomeadamente o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém e o Museu Nacional dos Coches.

A extinção desse modelo, centrado no CCB, levaria à demissão do anterior do presidente da instituição, António Lamas, e à sua substituição pelo antigo diretor-geral do Património Cultural e ex-secretário de Estado da Cultura Elísio Summavielle, durante a gestão de João Soares como ministro da Cultura.

Em causa, na discordância entre o Governo e a direção de Lamas no CCB, estava o "não envolvimento no projeto da Câmara Municipal de Lisboa, que deve ser um parceiro privilegiado em qualquer modelo de gestão", como se lia no comunicado do Conselho de Ministros, que extinguiu a missão.

Na entrevista desta noite à RTP, Castro Mendes assegurou ainda que os quadros de Joan Miró, da coleção do antigo Banco Português de Negócios, serão expostos no Museu de Serralves, como já fora anunciado pelo seu antecessor e pela própria instituição.

Sobre os "constrangimentos orçamentais", Castro Mendes disse que quer "resolver situações que são prementes, de rutura", ressalvando sempre, porém, que não especificaria nem individualizaria ações a tomar, enquanto não analisasse todos os dossiers.

Afirmou ainda que tem como objetivo "criar público" para a cultura, numa "visão estratégica integrada" que envolva "o poder local, instituições privadas e a sociedade civil".

"Recuperar a confiança dos agentes culturais no Estado", perdida ao longo dos anos de crise, é outro objetivo importante para Castro Mendes.

Sobre a televisão do Estado, o ministro da Cultura, que detém a tutela da Comunicação Social, destacou a importância de "tirar a RTP dessa lógica da concorrência de audiências, de forma a que possa efetuar o serviço público da RTP, que não é rentável, mas que é fundamental para o país".

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