"Na origem deste projeto, está uma avaliação que fizemos ao Governo e que mostra que Itália tem uma liderança cultural, que se deve à importância do seu património", explicou o ministro italiano da cultura, Dario Franceschini.
"A Itália procura transformar essa força em ação, no plano internacional, para introduzir o conceito de diplomacia cultural na agenda das nações", acrescentou.
Durante dois dias, os ministros da Cultura dos sete países mais ricos do mundo estão reunidos na cidade toscana, para discutir o tema da "cultura como instrumento de diálogo entre os povos".
O primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, deverá abrir oficialmente o G7 ao final da tarde.
Dario Franceschini sublinhou que os trabalhos de preparação deste encontro deverão resultar num documento final que fixará a criação do G7 da Cultura.
"A atenção da opinião púbica sobre a salvaguarda do património aumentou em resultado de acontecimentos traumáticos, tais como a destruição da cidade de Palmira pelo Estado Islâmico" (EI), disse o ministro italiano.
Palmira, classificada como Património Mundial pela UNESCO, foi ocupada pelo EI de maio 2015 a março de 2016, tendo sido de seguida tomada pelo exército sírio, antes de cair novamente nas mãos dos jihadistas, em dezembro, e de ser retomada novamente pelo regime em março.
O EI destruiu os mais belos templos, tumulos funerários e um grande número de obras de arte.
Foi essa onda de destruição que levou Itália a lançar a ideia, em 2015, de uma força de intervenção internacional, uma espécie de "capacetes azuis da cultura", dedicada à defesa do património ameaçado por conflitos ou catástrofes naturais.
O comandante dos primeiros "capacetes azuis da Cultura" italianos, Fabrizio Parrulli, afirma-se preparado para treinar outras unidades que possam acorrer em defesa do património ameaçado por conflitos e desastres naturais.
Este general, que comandou durante vários anos uma 'task force' italiana no Iraque, representará esta iniciativa em parceria com a UNESCO, durante o 'G7 Cultura', na presença dos ministros da Cultura dos países mais ricos do mundo (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e Itália).
Estes responsáveis políticos destacarão a importância do diálogo intercultural como um instrumento essencial ao serviço da cooperação internacional e do desenvolvimento sustentável mundial, segundo um comunicado do Concelho da Europa (CE).
O secretário-geral do CE, Thorbjørn Jagland, participa nesta reunião ministerial do G7 sobre a Cultura, subordinada ao tema 'A cultura como instrumento de diálogo entre os povos'.
O G7-Cultura incidirá na proteção do património cultural, na luta contra o tráfico de objetos artísticos e históricos e na cultura como instrumento de diálogo entre as diferentes nações.