A apresentação "de 12 projetos cerâmicos de 12 autores com raízes nas Caldas da Rainha" é uma das apostas das Molda -- Bienal de Cerâmica, para marcar a presença do setor na Feira do Frutos, que hoje abre portas no Parque D. Carlos I.
A exposição inédita ocupa a Casa do Barcos, uma espécie de sala de visitas do parque, com projetos de ceramistas com raízes nas Caldas da Rainha, "ou porque são naturais da região, ou porque nela estabeleceram os seus ateliês e oficinas, ou porque fizeram formações e obtiveram qualificações profissionais na cidade", de acordo com os mentores da bienal.
A sala onde no passado "ocorreram múltiplas mostras de prestígio, entre elas a da coleção fundadora do Museu José Malhoa [localizado no mesmo parque]", acolherá durante a feira, que se prolonga até ao dia 28, obras de Ana Sobral, Carlos Enxuto, Catarina Nunes, Cláudia Canas, Elsa Rebelo, Francisco Correia, Joel Pereira, Laboratório d'Estórias, Mariana Sampaio, Rita Frutuoso, Umbelina Barros e Vítor Agostinho.
Na sua diversidade, "os projetos destes autores testemunham os caminhos atuais da cerâmica caldense, a sua vitalidade criativa, a sua maturidade técnica e a sua solidez no cruzamento de marcas do passado com desafios da contemporaneidade", sustentam os organizadores, para quem a exposição representa "mais um passo na afirmação da candidatura de Caldas da Rainha ao título de cidade criativa reconhecido pela UNESCO".
Na Casa dos Barcos estará também patente uma retrospetiva da Molda 2016, através de uma reapresentação da Coleção de Design Cerâmico Internacional das Caldas da Rainha.
A coleção foi iniciada o ano passado por iniciativa da Câmara Municipal e do Instituto Politécnico de Leiria, reunindo peças internacionais representativas do 'design' cerâmico contemporâneo, sob curadoria do designer e docente Fernando Brízio.
A coleção, que será objeto de novas incorporações nos próximos anos, veio, segundo o comissário da Molda, João Bonifácio Serra, "colmatar uma lacuna no panorama do património museológico da cerâmica detido pelas Caldas da Rainha".
A Molda, que se desenvolve em quatro eixos de programação centrados na indústria, coleção, 'design' contemporâneo e uma escola convidada, integra a programação dos anos pares do projeto "Caldas cidade cerâmica", que se prolonga até 2020 e é a base de uma candidatura à UNESCO (sigla em inglês da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como "cidade criativa do artesanato e arte popular".
Abarca a realização, em 2016, 2018 e 2020, da bienal Molda, integrando as exposições, simpósios internacionais e feiras de produtos cerâmicos e o fomento da criação artística em torno da cerâmica.
No ano ímpares as iniciativas são viradas para a produção e investigação.
A iniciativa implica um investimento superior a um milhão de euros, dos quais a autarquia assume 500 mil euros sendo o restante suportado através de candidaturas a fundos estruturais e patrocínios.