Bailarino português em competição internacional com "motivação extra"

O único bailarino português na competição internacional de dança Genée, João Gomes, disse à Lusa que o facto de o concurso decorrer em Lisboa e de haver um coreógrafo português é uma "motivação extra".

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Lusa
12/09/2017 15:39 ‧ 12/09/2017 por Lusa

Cultura

Genée

O concurso Genée International Ballet, organizado pela Royal Academy of Dance (RAD) desde 1931, uma das mais prestigiadas competições mundiais de dança, vai realizar-se pela primeira vez em Portugal, estando as semifinais agendadas para quarta e quinta-feira, e a final para sábado.

Em respostas por escrito à agência Lusa, João Gomes, que se trata do segundo português na história a participar na competição, afirmou que haver um coreógrafo português - César Augusto Moniz - significa "uma motivação extra", da mesma maneira que "o facto de a competição se realizar em Portugal" o faz sentir-se em casa e, por isso, "um pouco mais descontraído".

De acordo com a RAD, todos os candidatos devem atuar nos dois dias das semifinais, durante os quais vão interpretar peças clássicas, mas também coreografias escolhidas por si e pelos seus professores.

Aluno no Conservatório Internacional de Ballet e Dança Annarella Sánchez, em Leiria, onde também estuda a brasileira Emilia Pascual, que vai igualmente participar no Genée International Ballet, João Gomes, de 15 anos, explica que para esta competição se prepara como para qualquer outra: "Não trabalhei só para vir a este concurso. É uma vida muito dura, exige muito esforço e é preciso gostar-se muito do que se faz. Durante o ano tenho aulas de segunda a sábado, sendo que durante a semana treino cerca de cinco horas e ao sábado cerca de nove horas. Quando há ensaios e apresentações acresce todo esse tempo de preparação".

Inscrito no conservatório desde os sete anos, João Gomes, tem noção de que "há muitas pessoas de escolas e companhias inglesas de olhos postos nesta competição e por isso podem-se abrir portas bastante interessantes".

Por seu lado, a professora Diana Leitão realça que "este concurso pode ser uma importante rampa de lançamento para uma carreira profissional como bailarino" e que "tanto no júri, como na plateia, estão presentes membros de companhias internacionais à procura de novos talentos", lembrando que, no passado, finalistas e premiados do Genée foram contratados por companhias como o Royal Ballet, o Teatro Mariinsky ou o American Ballet Theater.

"Pessoalmente gostava de conhecer pessoas novas e aumentar a minha rede de contactos que um dia mais tarde me possa talvez permitir participar em audições noutros países. Gostava que quando lá chegasse, já soubessem quem eu sou ou que já tivessem ouvido falar de mim", referiu João Gomes.

Lisboa recebe a competição pela primeira vez e vai acolher 52 bailarinos de 14 nacionalidades.

 

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