Sem os ‘tremeliques’ de um passado nada distante, o FC Porto assinou, este domingo, uma exibição mais consistente do que as últimas, e foi recompensado com uma vitória sobre o Santa Clara, por 2-0, no estádio do Dragão.
A equipa orientada por Sérgio Conceição resolveu, de resto, o jogo na primeira parte. Zé Luís inaugurou, de cabeça, o marcador logo aos 15 minutos, e, à beira do intervalo, César colocou a bola na fundo da própria baliza e selou o resultado final.
O segundo tempo trouxe um conjunto insular mais ‘atrevido’, que vem tentou reagir, mas sem sucesso. O jogo esteve, por vezes, demasiado partido, mas um dragão bem mais ‘adulto’ soube levá-lo para onde se sentia mais confortável e garantir o triunfo.
O FC Porto passou, desta maneira, a noite na liderança da I Liga, com os mesmos 15 pontos do Benfica. Cabe, já esta segunda-feira, ao Famalicão responder à altura e tentar bater o Sporting para recuperar o ‘trono’ do campeonato.
Figura do jogo
Seria fácil entregar esta distinção a Zé Luís, que abriu caminho a esta vitória com um cabeceamento triunfal, para aquele que foi o seu sétimo golo em oito jogos com a camisola do FC Porto. No entanto, o internacional cabo-verdiano falhou em demasia, em especial na segunda parte. Bem mais regular foi Matheus Uribe, que tomou conta do meio-campo, em especial quando o jogo ameaçou partir para o lado dos insulares.
Surpresa
Chamado à titularidade face ao castigo de Alex Telles, Wilson Manafá não desiludiu. É verdade que não conseguiu dar a vertigem ofensiva que o brasileiro habitualmente dá, mas foi sempre uma opção válida para entregar a bola no lado esquerdo da defesa, jogando, ora por dentro, ora por fora.
Desilusão
O Santa Clara mostrou, especialmente na segunda parte, ter capacidade para responder à altura e discutir o resultado com o FC Porto. No entanto, a abordagem desastrosa de César, que resultou em auto-golo, ‘cortou as pernas’ à equipa insular à partida para o intervalo.
Treinadores
Sérgio Conceição: Apesar da boa exibição de Soares a meio da semana, quando assinou os dois golos da vitória sobre o Young Boys, a aposta voltou a recair sobre Zé Luís, que, pese embora o golo, acabou por falhar em momentos determinantes. Destaque, ainda, para a maior estabilidade com a qual o FC Porto entrou na segunda parte, que foi fulcral para evitar uma maior resposta do Santa Clara.
João Henriques: Voltou a montar o Santa Clara sob um esquema de três centrais, entregando, no entanto, a Zaidu a missão de ficar encarregue pelo lado esquerdo. O jogador contratado ao Mirandela teve uma noite para esquecer, face às constantes subidas, ora de Otávio, ora de Corona, complicando em demasia a vida à defesa insular. Ainda assim, vale destacar as correções feitas ao intervalo, que permitiram à equipa subir de nível e criar algumas dificuldades ao FC Porto.
Árbitro
A exibição de Luís Godinho fica, invariavelmente, manchada pela decisão de não recorrer, sequer, ao VAR após um polémico lance entre Uribe e Fábio Cardoso na grande área do FC Porto, que terminou com o central ensanguentado, e que poderia ter levado à marcação de uma grande penalidade. A certa altura acabou, ainda, por perder o controlo do jogo, situação que tentou corrigir com uma ‘sangria’ de cartões amarelos.