Foi uma exibição entusiasmante e dominadora aquela que o Benfica apresentou no último jogo do ano no Estádio da Luz a contar para o campeonato nacional. Naquele que podia ter sido um encontro difícil contra a equipa sensação deste campeonato, os campeões nacionais conseguiram levar de vencida o Famalicão com uma goleada (4-0), alcançando a 11.ª vitória seguida para o campeonato nacional.
O encontro mostrou duas equipas personalizadas e a tentar assumir o jogo ofensivo. A atitude das duas equipas nos primeiros minutos mostrou isso mesmo, sendo que o Famalicão, teoricamente inferior, não se apresentou na Luz para defender e jogo de igual para igual com os campeões nacionais.
Depois do equilíbrio inicial, os homens da casa começaram a empurrar o seu adversário para junto da grande área e foi sem dificuldade que os homens de Bruno Lage chegaram ao primeiro golo a minutos do apito para o intervalo através do inevitável Carlos Vinícius.
A equipa de João Pedro Sousa não reagiu bem ao golo sofrido e pior ficou quando sofreu o segundo logo a abrir a etapa complementar, com Pizzi a alcançar uns incríveis 17 golos na temporada. A partir daí só deu Benfica no encontro e foi com facilidade que os encarnados aumentaram a vantagem. Pizzi voltaria a marcar, com Caio Lucas estabelecer o resultado final com o seu primeiro golo com a camisola do clube da Luz.
Foi a 11.ª vitória consecutiva dos encarnados para o campeonato nacional, e o quinto jogo seguido na Luz sem averbar qualquer golo. Por seu turno, o Famalicão sofreu a maior derrota na I Liga desde o regresso esta temporada ao campeonato nacional. A última remontava à época 1993/94 frente ao Belenenses (4-0).
Notas do jogo:
Figura: Pizzi continua em excelente forma com a camisola dos encarnados. O capitão de equipa bisou no encontro e chegou aos 18 golos na temporada, confirmando que esta será a época com mais golos na carreira. Os dois remates certeiros só surgiram no segundo tempo, mas foram dele as melhores oportunidades na etapa inicial. De destacar o facto de ter marcado os dois golos com o seu pior pé, o esquerdo.
Surpresa: Chiquinho é o abre-latas que qualquer treinador precisa. As movimentações constantes são uma dor de cabeça para a defesa adversária. Não tem os números de golos de Vinícius ou Pizzi, mas a qualidade em termos de passe faz a diferença. Esteve mais apagado nos primeiros minutos, mas foi dele a assistência para o golo inaugural de Vinícius e, após o intervalo, juntou mais uma assistência à carteira, mas desta feita para o golo de Pizzi. Menção ainda para Tomás Tavares. O jovem foi dono e senhor da faixa direita e conseguiu ganhar na maioria dos duelos a Fábio Martins, o mais irreverente do lado dos famalicenses, impondo-se também no jogo ofensivo dos encarnados. A sua ação no segundo golo foi preponderante, com um excelente passe para a desmarcação de Chiquinho.
Desilusão: Alex Centelles não foi capaz de quebrar a dinâmica que os encarnados apresentaram pela sua faixa, sendo que foi do seu lado que surgiram três dos golos dos encarnados. Para além disso, e ao contrário do que já demonstrou, não teve capacidade para se chegar à frente e ajudar Fábio Martins, sempre muito desapoiado. Pedro Gonçalves também esteve em baixo no encontro, ele que até tem sido umas das surpresas no conjunto famalicense esta época. Andou um pouco escondido no encontro e teve sempre algumas dificuldades em encontrar espaços para mostrar o seu jogo.
Treinadores:
Bruno Lage: Em equipa que ganha não se mexe e o técnico setubalense decidiu apostar no mesmo onze inicial que havia derrotado o Zenit na despedida da Liga dos Campeões no início da semana. O Benfica apresentou um jogo ofensivo e entusiasmante, um pouco à semelhança daquilo que aconteceu na parte final da temporada anterior. Os campeões nacionais criaram muitas oportunidades de golo e são não marcaram mais porque Defendi esteve inspirado na noite passada e correspondeu com um punhado de defesas importantes na etapa inicial que foram adiando o primeiro golo do encontro. Os encarnados deram uma lição de bom futebol e seguem em alta para o encontro difícil da próxima semana frente ao Sporting de Braga.
João Pedro Sousa: Montou uma equipa à imagem daquela que tem vindo a apresentar desde o início da temporada e que muitos frutos colheu nos jogos contra adversários de maior valia - já tinha derrotado o Sporting e empatado com o Sporting de Braga. Os famalicenses entraram em campo sem medo de defrontar o campeão nacional e o jogo esteve muito equilibrado até à meia-hora, altura a partir da qual os minhotos quebraram perante o maior poderio ofensivo dos encarnados. Quando a partida estava igualada, faltou ao Famalicão maior agressividade na frente de ataque e o golo a fechar o primeiro tempo demonstrou a pior face dos famalicenses. O golo a abrir a segunda parte 'matou' a possibilidade de reação da formação minhota que agora segue numa série de cinco jogos sem vencer para o campeonato.
Arbitragem
Boa atuação em campo de Rui Costa, ele que esta temporada já tinha apresentado algumas exibições negativas. Mostrou cedo um amarelo a um jogador do Famalicão e nem sempre manteve o mesmo critério na amostragem das cartolinas amarelas, mas, no geral, foi uma boa atuação da equipa de arbitragem, sem erros relevantes que pudessem ter comprometido o encontro.