O Moreirense, da I Liga portuguesa de futebol, monitoriza diariamente a saúde dos jogadores com questões no âmbito da pandemia da covid-19, informou o médico do clube, Marco Oliveira, numa entrevista publicada hoje pela Liga de clubes.
Desde que o campeonato foi suspenso, em 12 de março, o clube da vila de Moreira de Cónegos recomendou aos futebolistas manterem-se em casa, a não ser para "adquirir bens essenciais" ou caso tenham "algum problema de saúde grave", e informou-os acerca dos "sinais e sintomas" da doença, com conselhos e questões, afirmou o responsável.
"Criámos um questionário a que os atletas têm de responder diariamente com as perguntas obrigatórias do coronavírus: se têm tosse, febre, mialgias. Este questionário é extensível à equipa técnica, 'staff' e estrutura, de forma a conseguirmos tirar uma fotografia ao estado do clube", esclareceu Marco Oliveira, um dos médicos dos 'cónegos', a par de João Moura.
Acompanhada regularmente no que respeita à saúde, a formação do concelho de Guimarães, disse ainda Marco Oliveira, está a cumprir um plano de treino criado pela equipa técnica liderada por Ricardo Soares, depois dos atletas terem recebido material para trabalharem, num intervalo de dois ou três dias após a declaração do estado de alerta em Portugal, em 13 de março.
"Conseguimos apetrechar a casa dos atletas com bicicletas estáticas, elásticos TRX, colchões, halteres e pesos. Tudo para que eles possam fazer um treino com o mínimo de condições e manterem algum condicionamento muscular e cardiorrespiratório", descreveu.
O médico referiu ainda que o acompanhamento aos jogadores do oitavo classificado da I Liga se estende à fisioterapia, especialmente aos lesionados, à nutrição, com conselhos para os atletas "não caírem em asneiras", até pela maior tendência a ir ao frigorífico, e à psicologia, para o plantel se "manter equilibrado" e "quebrar a monotonia do dia a dia".
Na entrevista, Marco Oliveira salientou ainda que a população portuguesa deve continuar a seguir as "normas e indicações dadas" quer pela Direção-Geral da Saúde (DGS), quer pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O médico recomendou que as pessoas continuem a "lavar frequentemente as mãos" e a "manter uma distância social de cerca de dois metros", mesmo que o centro da pandemia se vá transferir "brevemente" da Europa para os Estados Unidos da América, que já é o país com mais casos de infeção no mundo (mais de 312.000).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 65 mil. Dos casos de infeção, mais de 233 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, que está em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 17 de abril, registaram-se até agora 295 mortes e 11.278 casos de infeção confirmados, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS.