O treinador do Benfica, Jorge Jesus, fez esta quarta-feira a conferência de imprensa de antevisão ao encontro com o Estoril-Praia, a contar para a segunda mão das meias finais da Taça de Portugal.
O técnico manifestou confiança na passagem à final da prova, mas sublinhou que a sua equipa não vai dar a passagem como garantida, reiterando que os seus jogadores vão respeitar o adversário, apesar da vitória na primeira mão.
O técnico deixou ainda elogios a vários jogadores, e deixou a garantia de que Pizzi será titular.
Confira o essencial das declarações de Jorge Jesus:
Título do Flamengo: Se me perguntar que equipa quero que vença a Liga Europa vou dizer Arsenal porque estão lá dois jogadores que tiveram comigo e que são o David Luiz e o Pablo Marí. O Flamengo é a mesma coisa. É uma equipa onde deixei jogadores amigos e nós queremos sempre o bem dos amigos. Fiquei feliz que eles tivessem ganho.
Pizzi: Alguns treinadores acham que não devem individualizar os jogadores, mas não vejo o futebol assim. Não me escondo a isso. É mais importante coletivamente, mas se tiver de falar dos meus jogadores individualmente falo. O Pizzi já fez 38 jogos e desse teve em 35, não esquecendo que teve Covid que o obrigaram a ficar três ou quatro jogos fora. Quando cheguei ao Benfica foi eu que o pedi o regresso dele e comigo foi titular n jogos, quase sempre nos meus últimos dois anos. Conhece-me bem, eu conheço os seus defeitos, ele os meus. Sente-se responsável pelas coisas que não são tão boas. Ele acha, e bem, que todas as tarefas positivas passam pela equipa e as negativos também. E o principal responsável é o treinador. Se os jogadores jogam pior ou melhor tem a ver com o treinador. O Pizzi é muito importante. É o mais importante. Com ele no jogo mudo o sistema fácil porque joga em mais que uma posição. E isso é muito importante. Mas também tem a ver com saber gerir. Não jogou de inicio com o Rio Ave, mas amanhã vai jogar.
Melhorias em Rafa: O Rafa, quando souber definir o último passe, o da decisão, passa a ser um jogador de topo. Já era bom jogador. Era importante ser mais responsável defensivamente. Está muito mais moralizado, é evidente que todos os que jogam mais ficam mais confiantes, ele está muito confiante, é um jogador superinteligente taticamente, quando falo com ele noto a recetividade que tem comigo, a facilidade que tem de perceber as coisas.
Onde vê a melhoria do Weigl: Depois de conhecer o Weigl vi que não tinha só um defeito, tinha muitos mais. Um deles era a falta de agressividade, é um jogador que joga à frente da defesa, se tiver qualidade mas não for agressivo... Vendo o jogo à minha maneira, ele melhorou nisso, esteve muito tempo habituado a jogar num 4x3x3 e no Benfica não há dois médios à frente dele. Todas estas conversas com ele têm feito com que melhore.
Melhoria de Diogo Gonçalves: É um jogador que tem vindo a melhorar o seu entendimento, principalmente como lateral direito. Com a lesão do André, fomos tentar que ele se adaptasse a essa posição. Não tem sido fácil para ele porque defensivamente não conhece muitos os espaços e os percursos que tem de fazer. Mas jogo a jogo tem vindo a melhorar. Tenho vindo a falar muito com ele. Ofensivamente, tem boas características porque é um ala, e normalmente quando os alas passam para laterais continuam com a mesma qualidade ofensiva. Cruza bem e chega com facilidade a zonas de cruzamento, está a melhorar nos confrontos individuais defensivos, é uma das dificuldades que tinha... Agora está muito melhor. Acertámos no jogador que vai ter de disputar com o Gilberto essa posição. Estou muito contente com o aproveitamento dele. É um miúdo concentrado e profissional, não fala muito, mas sabe o que quer, está sempre disposto a aprender, isso para o treinador torna mais fácil poder corrigir, evoluir os jogadores.
Eliminatória resolvida: Não, penso que não. Temos a vantagem de dois golos, jogamos no nosso estádio, apesar de não ter público. Antes do primeiro jogo já acreditávamos que tínhamos possibilidade de passar esta eliminatória, e agora ainda acreditamos mais. Mas no futebol há surpresas em todos os jogos. A equipa e o treinador não sentem garantida a passagem desta eliminatória porque ainda falta um jogo. Temos de respeitar o adversário.
Adeptos deram carinho? Nós só temos essa sensibilidade fora do jogo, porque agora não há adeptos no estádio, mas neste último jogo saímos do Seixal e tivemos algumas dezenas de adeptos a dizerem que estão connosco e isso é importante. Como é óbvio, ficámos muito mais satisfeitos. A equipa tem vindo a melhorar não por causa disso, mas por aquilo que já falei: nestas três ou quatro semanas, a equipa trabalhou completa.
Tempo de ausência de Darwin: Não posso responder a essa pergunta. Se vai estar amanhã no jogo? Não. Agora, quanto mais tempo vai estar a recuperar não tenho a certeza. Isso são questões do nosso departamento médico.
Weigl jogador que mais evoluiu: Tem-se notado que a equipa do Benfica, desde que estabilizámos e começámos a treinar, tem vindo a melhorar não só visualmente, mas também com dados científicos, porque jogamos e treinamos com GPS. A partir do primeiro jogo do Arsenal a equipa tem vindo a, fisicamente, dar dados muitos mais altos. Por exemplo, o Weigl antes não corria mais do que 10 quilómetros e no último fez 13. Se a isto somarmos os outros jogadores vemos que a equipa corre muitos mais quilómetros e fisicamente está melhor. Há dois jogadores que, desde que cheguei, estão a jogar acima do normal deles. Um é o Weigl, que foi percebendo o que eu achava que era importante para a valorização da posição do jogador que ali joga. Hoje é um jogador mais intenso sem bola. Outro é o Rafa, que tem feito jogos este ano com um ritmo, intensidade e disponibilidade tática acima daquilo que fazia, pelo menos defensivamente.
Vitória na Taça atenua má época: Isto ainda não acabou e já me está a fazer uma pergunta sobre a final da Taça. Primeiro tenho de jogar com o Estoril, chegar à final e vencê-la. Esse é um cenário. Se é importante chegar à final e vencer? É, seja pela época positiva ou negativa. O Benfica chegar a uma final, se a época for positiva, é importante vencer. Se for negativa é a mesma coisa. Fundamental é ganhar é o troféu que é a segunda prova mais importante da calendarização do futebol português.
Gestão na partida: É o terceiro dia depois do jogo com o Rio Ave. Normalmente, vocês sabem que o mexo sempre cinco, quatro ou três jogadores nestas situações e amanhã vai acontecer a mesma coisa.
Jogo: Este é um dos nossos grandes objetivos da época. Falta um jogo para chegar à final. Estamos em vantagem, mas temos de respeitar qualquer adversário. Temos a certeza de que o Estoril é uma equipa bem organizada e com boa qualidade técnica em ataque posicional e pode criar-nos problemas como criou na Amoreira. Conhecemos melhor o Estoril e estamos preparados para a eliminatória de amanhã. Queremos sair vencedores.