Na ressaca do jogo com o Sporting de domingo (derrota por 1-0), mas sem nunca nomear o treinador 'leonino', Rúben Amorim, Carlos Carvalhal deixou fortes críticas a quem "parece olhar mais para o treinador adversário do que para o jogo".
"Fui educado no futebol a ter um respeito muito grande pelos outros profissionais, a haver uma relação muito cordial entre os treinadores, mas há treinadores que estão mais focados a olhar para o treinador adversário do que para o jogo e não pode ser assim. No futebol de Vítor Oliveira, António Oliveira, Manuel José ou Quinito isso era completamente impossível", afirmou na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Marítimo, na quinta-feira, da 30.ª jornada da I Liga.
O treinador lembrou a passagem por Inglaterra onde, no final dos jogos, os técnicos conviviam para "beber um copo de vinho". "Acabou o jogo, não há nada a fazer e não é por guerrear os nossos colegas que nos vai fazer ganhar o jogo", notou.
"Não estou a criticar ninguém em especial, estou a incluir-me no lote, mas isto não pode acontecer. Vivemos uma pressão tremenda, mas isso não pode levar a que haja falta de respeito entre colegas e a Liga tem que ser implacável com isso e vou falar em breve com o presidente da nossa associação de treinadores, José Pereira, para tomar uma posição", referiu.
Carlos Carvalhal disse ter assistido e sentido esta época "uma grande animosidade" entre treinadores "e isso não é admissível"
"Já senti isso em relação a mim também. Estas provocações durante um jogo não são normais, temos que explicar a esta malta que isto não é normal, se não se mudar para o ano andamos todos à porrada", reforçou.
Instado a deixar uma proposta para melhorar a situação, respondeu: "não há propostas que valham o respeito e ética, os nossos adversários não são nossos inimigos, não há multa que resolva um assunto desses, de falta de respeito e de ética. Esta época não foi pontual, mas recorrente, e não apenas nos jogos mais mediáticos".
O Sporting de Braga criticou, na terça-feira, na sua newsletter semanal, o comportamento de "provocação constante e agressividade raivosa" de elementos do Sporting nos camarotes, onde estavam o treinador Rúben Amorim e o diretor desportivo Hugo Viana, que foram, respetivamente, multado e alvo de um processo disciplinar por parte do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, na sequência do jogo.
"Foram ultrapassados limites que devem envergonhar não apenas os autores dos atos em causa, mas também toda a estrutura que os comparticipa e estimula de forma direta ou indireta", pode ler-se.