Bruma regressou no último verão ao PSV com o objetivo de ganhar espaço no conjunto neerlandês, após uma época emprestado aos gregos do Olympiacos. O internacional português exibiu-se a grande nível no início da temporada e arrecadou o prémio de melhor jogador do campeonato dos Países Baixos, em agosto, mas acabou por perder algum fulgor nas escolhas de Roger Schmidt.
Ainda assim, Bruma garante estar motivado para voltar a conquistar o seu lugar no PSV e em ajudar a equipa de Eindhoven a vencer títulos.
Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o jogador de 26 anos estabelece os objetivos para esta temporada, admite que a eliminatória com o Benfica deixou marcas no PSV e diz ter a certeza que, mais tarde ou mais cedo, será novamente chamado por Fernando Santos para representar a seleção nacional.
Bruma confidencia, ainda, que teve uma proposta para voltar à Turquia e recorda os tempos de formação no Sporting, onde conheceu um treinador que considera ser um "pai".
Benfica? Não foi nada fácil para nós ficar pelo caminho
Que balanço faz desta primeira parte da temporada, em que regressou ao PSV depois de ter estado emprestado ao Olympiacos?
No início de época, estava tudo a correr muito bem e até fui considerado o melhor jogador do mês de agosto [no campeonato dos Países Baixos], mas, depois disso, deixei de jogar tanto. Tenho que trabalhar para voltar a ganhar o meu espaço na equipa e acho que estou num bom caminho.
Apesar de ter perdido espaço no PSV, continua motivado?
Sim, estou muito motivado porque regressei ao PSV e as coisas têm de ser levadas com calma. Pouco a pouco, vou ganhando o meu espaço na equipa e continuar a fazer aquilo que eu mais gosto.
Quais são os objetivos principais do PSV nesta época?
O objetivo maior é ganhar o campeonato, e, depois, chegar o mais longe possível na Liga Europa. Acho que temos todas as condições para isso. Só temos de demonstrar o nosso valor dentro das quatro linhas.
Bruma contabiliza, esta época, um total de três golos e uma assistência em 14 jogos realizados. © Getty Images
Como é que viveu aquela eliminatória com o Benfica, na fase de qualificação para a Liga dos Campeões?
Eu acho que a nossa equipa merecia estar na Liga dos Campeões. Fizemos de tudo para isso, mas o Benfica é um adversário com uma boa equipa e um grande treinador. Sabiam bem o que tinham de fazer dentro de campo e defendem bem. Não foi nada fácil para nós ficar pelo caminho. O Benfica esteve muito bem e está de parabéns. O futebol é assim.
Mas essa eliminação deixou marcas no PSV?
Claro que deixou algumas marcas, porque o nosso objetivo era estar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Não conseguimos, mas acho que estivemos bem e fizemos de tudo para lá estar.
Carlos Vinícius só precisa de tempo
Entretanto o Carlos Vinícius tornou-se jogador do PSV. É bom ter alguém que fala a mesma língua na equipa?
Sim, claro. O Vinícius é um grande jogador, como toda a gente sabe. Quando ele se adaptar totalmente ao país e ao nosso clube, vai ajudar muito o PSV. Tem muita qualidade e marca muitos golos. É só uma questão de tempo. Tenho a certeza de que nos vai ajudar muito.
Como descreve o futebol nos Países Baixos? Encontra semelhanças com o futebol português?
Aqui, o futebol tem muito talento e qualidade. Aliás, posso comparar a Liga neerlandesa com a Liga portuguesa. Na minha opinião, não vejo grandes diferenças.
Para trás ficou uma passagem muito bem-sucedida pelos gregos do Olympiacos. Guarda boas recordações?
Sim, as coisas correram muito bem e dentro do que eu esperava. O mister Pedro Martins ajudou-me bastante e os companheiros de equipa também. As coisas correram como planeado e saí de lá muito feliz. Agora, também estou feliz neste regresso ao PSV
Também já passou por Real Sociedad, Galatasaray e Leipzig. Sente-se um jogador mais completo após todas estas experiências?
Sim, acho que sim. Sinto-me um jogador mais maduro, mais completo, mais adulto e mais forte.
Bruma em ação num duelo intenso com Lucas Veríssimo, na visita do PSV ao Estádio da Luz. © Getty Images
No último verão falou-se muito da possível transferência para o Besiktas. Foi, de facto, uma possibilidade?
Eu soube dessa proposta e havia outras, mas as coisas não correram bem entre os clubes. Não sei o que se passou. Mas estava muito tranquilo e focado no PSV. Não estava maluco por sair. Estava muito tranquilo, a fazer o meu trabalho e a esperar pelo que acontecesse.
Sente que foi ganhando essa maturidade ao longo da carreira?
Sim, essa é uma verdade. É uma coisa que sinto que vou ganhando com o passar dos anos. E ainda bem.
Ainda sobre o Besiktas, como viu o recente duelo com o Sporting a vencer categoricamente na Turquia?
Por acaso vi o jogo e o Sporting esteve muito bem, até podia ter ganho por mais. O Sporting tem uma boa equipa, um grande treinador e estão num momento muito bom. Espero que continuem neste ritmo. Tenho gostado de ver.
Consegue acompanhar o futebol português?
Sim, sempre que posso vou vendo os jogos da Liga portuguesa.
Quem está mais forte?
Complicado... (risos). Mas ainda estamos no início da época e tudo é possível. O Benfica tem uma boa equipa, mas o Sporting e o FC Porto também têm estado muito bem. Acho que vai ser um campeonato muito e bem disputado. Vai ser discutido até à última jornada.
Tem como meta futura regressar ao futebol português?
Neste momento, não é uma coisa em que eu penso. Sou português, e obviamente quero regressar para jogar, mas, neste momento, sinceramente, não passa pela minha cabeça. Mas, claro, nunca se sabe.
Em termos de seleção nacional, continua focado em ser novamente chamado por Fernando Santos?
Nesse aspeto, estou tranquilo. Em primeiro lugar, quero ganhar o meu espaço no PSV e jogar, e depois tenho a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, vou regressar à seleção, porque o selecionador conhece-me bem. Portanto, tenho é de ganhar o meu espaço aqui.
Jesualdo Ferreira é como se fosse um pai para mim
Já se cruzou com vários treinadores. Há algum que o tenha marcado de forma especial?
Sim, posso dizer o Jesualdo Ferreira.
Quer contar alguma história em particular?
Sim, posso contar. Quando estava na equipa B do Sporting e durante a semana toda fui treinar com a equipa A, mas não estava à espera de ser promovido nem de jogar. Mas fui treinando, treinando e treinando e depois fui convocado. No dia do jogo, sou titular contra o Marítimo (risos). Não estava à espera! É algo que nunca vou esquecer. É graças a ele que estou no mundo do futebol. Agradeço-lhe muito por tudo aquilo que ele me ensinou e todos os conselhos que me deu. É como se fosse um pai para mim.
Bruma foi lançado por Jesulado Ferreira no Sporting na época 2012/13. Pela equipa principal dos leões marcou um golo em 13 jogos disputados. © Getty Images
E essa estreia pela equipa principal do Sporting também foi um momento muito especial?
Muito, porque foi sempre aquilo que eu quis e sonhei. Foi o momento marcante da minha vida. Nunca vou esquecer.
Tem o desejo de voltar ao Sporting no futuro?
Nunca se sabe... Eu sou profissional e deixo tudo em aberto.
Que desejos tem para esta temporada?
Ganhar o meu espaço, fazer muitos golos, fazer muitas assistências e ajudar a equipa a ganhar e a conquistar o título. E, claro, regressar à seleção.
Bruma venceu a Supertaça, logo no arrranque de temporada, mas quer ganhar mais títulos ao serviço do PSV. © Getty Images
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