"Atualmente, não se faz o suficiente para combater a discriminação no futebol. Para que a mudança aconteça, será necessária uma maior compreensão e comprometimento de todos nós. Isso começa ouvindo aqueles que estão no centro do jogo", refere o organismo.
Num documento de 36 páginas, há um capítulo que retrata as vivências dos futebolistas, ilustrando as suas vivências diárias, seguindo-se outro que chama a atenção para o impacto do abuso discriminatório sobre os atletas, com testemunhos da sua "dor, sofrimento, coragem e tenacidade".
No terceiro e último capítulo são exploradas algumas recomendações para combater a discriminação no futebol, destacando-se a necessidade de uma maior diversidade na liderança, a defesa do ativismo dos desportistas que lutam para sobreviver e vencer os abusos, bem como a "importância de uma significativa e verdadeira aliança".
Discriminações de raça, de cor e de género são as mais vulgares, num flagelo que tem outras manifestações e está em expansão nas suas diversas vertentes, tendo já 'transbordado' os recintos desportivos, disseminando-se, por exemplo, pelas redes sociais.
Esta "experiência de aprendizagem" que a FIFPro partilha oferece uma "visão crítica sobre os desafios atuais enfrentados pelos jogadores", a uma escala e dimensão que o próprio organismo já não consegue balizar.
"A criação deste relatório ajudou a aprofundar a nossa compreensão das necessidades dos jogadores, mas não marca o ponto final desse exercício de aprendizagem. A FIFPro está comprometida com um processo constante e evolutivo de reflexão para entender melhor as diversas (e às vezes divergentes) experiências, opiniões e necessidades de futebolistas de diferentes origens que jogam em ligas ao redor do mundo", salienta-se.
No documento é feita uma reflexão quanto à melhor forma de "lidar com várias formas de abuso discriminatório" e assumem-se "distintos desafios e experiências no jogo masculino e feminino".
Apesar de destacar "temas, causas e soluções comuns", a FIFPro pretende aprofundar a compreensão das diferentes formas de abuso nas diversas ligas, para que na sua missão possa "cumprir com a responsabilidade de representar e proteger todos os jogadores profissionais em todos os níveis do jogo".
"Este relatório anuncia a nossa intenção de também fazer melhor. Nos próximos anos, apostaremos em atividades em torno dessa estratégia", detalhada o documento.