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Da Suíça para a Liga 3 para recuperar a alegria em campo: "Não era feliz"

Paulinho mudou-se para o Grasshoppers no verão, mas a aventura na Suíça ficou longe de ser bem-sucedida. Agora, regressou a Portugal e revela-se confiante em ser novamente feliz dentro de campo.

Da Suíça para a Liga 3 para recuperar a alegria em campo: "Não era feliz"
Notícias ao Minuto

08:10 - 14/01/22 por Francisco Amaral Santos

Desporto Exclusivo

Paulinho começou a época com um salto para o Grasshoppers, mas a experiência em solo helvético não correu como esperado. O jovem extremo português não teve grandes oportunidades na equipa principal e acabou por deixar a Suíça no início deste novo ano para assinar pelo Felgueiras, equipa que vai assumindo destaque na Liga 3, o novo escalão do futebol português. 

Em entrevista ao Desporto ao Minuto, Paulinho admite que regressou a Portugal em busca da felicidade, sublinhando que não se sentia confortável no Grasshoppers.

"Não correu como esperava. Não tive muitas oportunidades na primeira equipa do Grasshoppers. Ia tendo alguns minutos na equipa B, mas o futebol praticado não era o meu estilo de jogo. Não me sentia confortável. Decidi regressar a Portugal. Não era feliz dentro de campo, lá [na Suíça]. Decidi voltar a Portugal em busca da felicidade", começa por dizer o jovem natural de Lisboa, antes de fazer o balanço dos primeiros dias nesta nova aventura na carreira.

"Tem sido bom. É uma equipa com muitos jovens. A equipa técnica parece-me excelente. Cheguei há pouco tempo, mas tenho gostado do que tenho visto. O objetivo da equipa é ganhar jogo após jogo. Depois, quando chegar o fim desta fase, a equipa reúne e estabelece um novo objetivo. O mais importante é ganhar e pensar jogo a jogo", explica Paulinho. 

A Liga 3 foi um dos fatores que o fez aceitar o convite do Felgueiras, e Paulinho revela-se ansioso por entrar em ação num campeonato que considera muito competitivo e onde não faltam jogadores de qualidade. 

"Está à vista de todos a importância da Liga 3. Tem tido muita visibilidade e isso é uma motivação constante para os jogadores, que sabem que estão a ser observados. É um campeonato muito competitivo e a prova está nas classificações. Está tudo muito junto na tabela. É uma motivação para qualquer jogador", frisa.

Notícias ao Minuto Paulinho em ação num jogo pela equipa B do Grasshoppers.© D.R.  

Passagem pelo Estoril deixou boas recordações (e títulos) 

Antes de rumar à Suíça, Paulinho viveu uma época 2020/21 de sonho. O jovem extremo esquerdo vestiu a camisola do Estoril e conseguiu conquistar três títulos: o campeonato da II Liga pela equipa principal, juntamente com aa Liga e Taça Revelação ao serviço dos sub-23. 

"Guardo muitas e boas recordações. Tanto em termos coletivos como em termos individuais, foi uma boa época. Consegui ganhar três títulos pelo Estoril. Quando ganhamos, só temos boas recordações. Foi um ano muito importante para mim. Aprende-se muito quando se ganha, não apenas quando se perde. No Estoril, ganhámos quase tudo", recorda Paulinho, apontando para a importância da introdução do escalão sub-23 no futebol português. 

"É um escalão muito importante. É ali que ganhamos a preparação para chegar ao nível seguinte. Há muitos jovens, mas também há muita qualidade. Também joguei na equipa principal e foi a experiência nos sub-23 que me deixou melhor preparado", defende. 

Questionado sobre a boa campanha da equipa da Linha no regresso ao máximo escalão do futebol português, Paulinho garante não estar surpreendido. Afinal de contas conhece bem a realidade do Estoril e sublinha que o projeto sempre foi muito bem estruturado. 

"Sinceramente, não estou surpreendido. Na última época, percebi que se tratava de um projeto muito bem pensado: direção, equipa técnica, jogadores... Havia pernas para andar e agora estão a colher os frutos. Estão a ter bons resultados e a jogar bem", destaca. 

Paulinho foi peça regular na equipa de sub-23 e ainda alinhou por três ocasiões pela equipa principal, na II Liga. Apesar das escassas oportunidades, o jogador de 21 anos deixa elogios à postura de Bruno Pinheiro, nomeadamente pela forma como lida com os jogadores. 

"Fiquei com muito boa impressão do mister. Apesar de não ter tido grandes oportunidades na equipa A, sempre foi uma pessoa muito correta comigo. Tentou sempre ajudar-me. Aprendi muito com ele e sempre vi nele condições para chegar mais longe. A equipa do Estoril joga realmente bem", vinca. 

Notícias ao Minuto Paulinho com o troféu da Liga Revelação. © D.R.  

Amizade antiga com Renato Sanches

Paulinho e Renato Sanches cresceram no Bairro da Musgueira, nos arredores de Lisboa, e desde pequenos jogaram futebol nas ruas. O agora jogador do Felgueiras afirma-se orgulhoso pela carreira que o internacional português está a construir e acredita que está pronto para dar mais um passo na carreira.

"A amizade com o Renato nasceu desde cedo. Jogávamos futebol na rua e somos do mesmo bairro. Temos uma boa amizade todos lá. Damos-nos muito bem. Tenho orgulho no percurso dele. Não é qualquer jogador que vem do nada e faz o que ele tem feito e que conquista o que ele tem conquistado. É uma inspiração para mim. De vez em quando falamos e ele diz-me: 'Devias ter ido para dentro e chutar...'. Às vezes peço-lhe conselhos. Ele está num nível muito elevado e é sempre bom ouvir conselhos. Acho que está pronto para subir mais um degrau na carreira dele. As coisas vão acontecer no momento certo", vaticina. 

Sem medo do um contra um 

Paulinho descreve-se como um extremo que gosta mais de jogar à esquerda e com facilidade para fletir para o meio ou encostar à linha. Além disso, não esconde que gosta particularmente dos duelos individuais e que tenta fazer disso a sua maior arma. 

"Sou um extremo que se sente mais confortável a jogar a partir da esquerda. Posso ir para o meio ou para a linha. Posso cruzar, chutar... Gosto muito de ter a bola do pé e assumir o jogo. O meu melhor aspeto, na minha opinião, é no um contra um. Consigo desequilibrar. Quero ajudar a equipa a ficar mais perto de marcar golos", explica, antes de estabelecer as metas para o ano de 2022. 

"Acima de tudo, é ter minutos e conseguir jogar com regularidade. Só assim um jogador pode evoluir. E depois disso, tenho como objetivo marcar golos, assistir e, sobretudo, ajudar a equipa a alcançar os objetivos", remata o mais recente reforço do Felgueiras.

Leia Também: "Estava na Premier League e a proposta do Famalicão era irrecusável"

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