"A USFF tinha a obrigação de proteger as suas jogadoras, mas nada fez enquanto os abusos continuavam. Deveria ter imediatamente tirado a licença aos treinadores autores das agressões", criticam as 'estrelas' da seleção bicampeã mundial.
A carta, assinada por várias jogadoras, é dirigida à atual presidente da USFF, a ex-futebolista Cindi Parlow Cone, e ao vice-presidente Carlos Cordeiro, quando ambos concorrem a um novo mandato à frente do organismo.
"Em vez disso [de tirar a licença], a Federação permitiu que essas pessoas continuassem a exercer, mesmo alegando que queriam investigar. Não garantiu a nossa segurança, ou a de menores, que jogam na formação", acrescentam as futebolistas.
A carta surge depois de novas revelações vindas a público pelo Washington Post, de que existem denúncias junto da Federação de abusos sexuais e psicológicos, e que as acusações contra Rory Dames datam de 1998, ainda nas juvenis.
Mais tarde, o treinador chegou ao escalão das seniores, dirigindo a equipa Chicago Red Stars entre 2011 e 2021, equipa que a internacional Christen Press chegou a representar, tendo também ela, em 2018, denunciado comportamentos inapropriados.
"As revelações documentadas pelo Washington Post na terça-feira -- de abuso sistemático, flagrante e horrível, de meninas (...) - são repugnantes", acrescentam as internacionais norte-americanas.
Numa reação à notícia, a advogada de Dames assinalou que este granjeou "uma excelente reputação por mais de 25 anos, a treinar milhares de jogadoras. Com exceção de algumas descontentes, por uma razão ou outra, a maioria agradeceu ao senhor Dames por investir nelas enquanto futebolistas".
Este escândalo em relação à conduta de Rory Dames segue-se a acusações de duas antigas jogadoras do Portland Thorns, Sinead Farrelly e Mana Shim, que também acusam o antigo treinador Paul Riley de "agressões sexuais".
Também neste caso, a USFF comunicou ter aberto uma investigação, que ainda está em curso.