Na mira da justiça no âmbito do processo Saco Azul, por suspeita de corrupção por parte do Benfica, o antigo árbitro, neste domingo, em declarações à CNN, mostrou-se "devastado" com as acusações que vieram a público.
“Trata-se de um assassinato público a mim, aos meus pais e à minha família. Nas duas primeiras noites nem consegui dormir. O meu pai chegou a ir ter comigo três vezes ao quarto para ver como eu estava”, começou por dizer Bruno Paixão, antigo árbitro da Associação de Futebol de Setúbal.
“Reforço que não sou arguido nem testemunha em nenhum caso, nem fui sequer interrogado pela Polícia Judiciária”, complementou o engenheiro de gestão industrial de profissão, reforçando que o último contacto que teve com o "Ministério Público foi há um ano ou dois”.
Bruno Paixão foi igualmente taxativo a negar que alguma vez tenha beneficiado o Benfica: "Todos os jogos que fiz na minha carreira foram olhados de forma imediata. Não gosto é de falar em erros de arbitragem, falo em oportunidades de melhoria. Quando isso acontecia, analisava com os meus assistentes, sempre analisei os meus jogos. Foram arbitragens normais, todos os clubes que dirigi, nunca havia o clube Benfica e o clube Sporting, era o clube A contra o clube B, os nomes pouco pesavam na minha cabeça. Sabia que tinha má imprensa e tinha de fazer para apitar bem".
E acrescenta, posteriormente: "Nunca nenhum elemento ligado à estrutura do Benfica me pediu o que fosse de negativo, nem por interposta pessoa". O antigo árbitro dá conta ainda que poucas vezes privou com o antigo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, bem com o vigente líder dos encarnados: "Só em ambiente de jogos que apitei. Rui Costa? Também me cruzei com ele no Casa Pia, como árbitro também porque em alguns jogos circulava na zona técnica".
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