"Os jogadores brasileiros do Shakhtar deixaram a Ucrânia, com as famílias. Ontem [domingo], viajaram de Kiev até à fronteira e hoje ultrapassaram-na. Estão na Roménia, neste momento. Deixaram o país em conjunto com os jogadores estrangeiros do Dínamo Kiev", precisou o clube de Donetsk.
O Shakhtar adiantou que a evacuação dos jogadores foi possível graças à "intervenção pessoal" do presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, bem como dos líderes da Federação Ucraniana de Futebol, Andrii Pavelko, e da Federação Moldova de Futebol, Leonid Oleinichenko.
Roberto de Zerbi publicou uma mensagem nas redes sociais, manifestando-se feliz por regressar a Itália, mas observou que só o ficará inteiramente "quando os jogadores ucranianos, os amigos ucranianos e todo o povo da Ucrânia seja livre também".
Dos 11 jogadores brasileiros que alinham no Shakhtar Donetsk, há cinco com passagem pelo futebol português: Pedrinho (Benfica), Ismaily (Estoril Praia, Olhanense e Sporting de Braga), Fernando (Sporting), Dodó (Vitória de Guimarães) e Marcos António (Estoril Praia).
O campeonato de futebol da Ucrânia, que deveria ser retomado no fim de semana passado, após a pausa de inverno, foi suspenso na quinta-feira, devido à imposição da lei marcial no país, motivada pelo início da ofensiva militar desencadeada pela Rússia.
A prova é liderada pelo Shakhtar, equipa que joga há anos fora da cidade, considerada a capital da região de Donbass, foco inicial da tensão entre os dois países, com dois pontos de vantagem sobre o Dínamo Kiev, campeão em título, após a realização de 18 jornadas.
O defesa Nélson Monte, que esta época se transferiu do Rio Ave para o Dnipro, terceiro classificado na prova, a sete pontos do Shakhtar Donetsk, é o único jogador português a competir na liga ucraniana, tendo regressado no sábado a Portugal.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de quase 500 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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