O selecionador ucraniano, Oleksandr Petrakov, concedeu, esta sexta-feira, uma extensa entrevista ao jornal britânico The Guardian, na qual revelou que tentou alistar-se no exército do país para tentar ajudar a combater os avanços das forças militares russas.
As intenções do treinador acabaram por ser 'barradas' pelas autoridades, mas, à publicação, este garantiu que se mantém disponível: "Tenho 64 anos e senti que isto era algo normal de se fazer. Penso que podia matar dois ou três inimigos".
"A minha família disse-me para ir para o Oeste da Ucrânia, mas recusei. Disse 'Sou de Kyiv, não posso sair'. Não me parecia correto. As pessoas têm de se defender, e eu não consigo correr. Pensei que, se viessem para Kyiv, pegava numa arma e defendia a cidade", afirmou.
"Disseram 'Tens de assinar um contrato, e, depois alguém te vai comandar. Ele [um membro do governo ucraniano] disse-me 'Sabes, isso seria muito duro. Não tens de fazer isto, tu és outro tipo de pessoa'. E eu tenho 64 anos, percebes?", acrescentou.
Desde então, Oleksandr Petrakov tem vindo a procurar encontrar soluções que permitam à seleção ucraniana preparar-se para os playoffs de apuramento para o Campeonato do Mundo. No entanto, não esquece o sentimento negativo pelo regime de Vladimir Putin.
"É apenas ódio. Não é raiva, mas as pessoas odeiam aqueles que invadiram o seu país. Nós precisamos de tempo para nos acalmarmos, mas, por enquanto, é apenas ódio. Eles deram cabo dos nossos países durante anos", rematou.
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