O novo quadro regulamentar, que foi aprovado pelo Comité Executivo da UEFA e pretende contribuir para a estabilidade financeira das equipas, entra em vigor em 01 de junho de 2022, mas será aplicado de forma gradual, ao longo de três anos, para permitir que os clubes tenham tempo para se adaptarem.
"A maior inovação no novo regulamento será a introdução de uma regra de custo do plantel para permitir melhor controlo de custos em relação aos salários dos jogadores e aos custos de transferência", explicou o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin.
O objetivo do designado 'fair-play' financeiro passa por limitar gastos com salários, transferências e taxas de empresários a 70% das receitas dos clubes, através de avaliações periódicas, com a UEFA a advertir que "as infrações resultarão em punições financeiras e desportivas predefinidas".
A razão pela qual a aplicação dos novos regulamentos se fará de forma progressiva resulta do facto de os contratos em vigor apresentarem um prazo médio de cerca de três anos, obrigando a que a limitação de despesas se situe em 90% na época 2023/24 e de 80% em 2024/25.
Ceferin assinalou que, apesar de as primeiras formas de regulação financeira, introduzidas em 2010, tenham cumprido o propósito para que foram criadas, "a evolução da indústria do futebol e os efeitos financeiros da pandemia de covid-19 tornaram evidente a necessidade de uma reforma integral", alicerçada em três pilares: solvabilidade, estabilidade e controlo de custos.
A nova regra que impõe a inexistência de dívidas a outros clubes, funcionários, autoridades e à própria UEFA será efetuada através de controlos trimestrais, com "menos tolerância relativamente a atrasos nos pagamentos", a fim de proporcionar melhor proteção aos credores.
Não obstante os novos requisitos terem aumentado o "desvio aceitável" de 30 para 60 milhões de euros em três anos, os requisitos para garantir o valor justo das transações, melhorar o balanço financeiro dos clubes e reduzir dívidas foram significativamente reforçados.
"Estou muito satisfeito com o apoio de todas as partes, ligas, clubes e membros do Comité Executivo. Estes regulamentos vão ajudar-nos a proteger o futebol e prepará-lo para impactos futuros, enquanto fomentam o investimento racional e constroem um futuro sustentável", observou Ceferin.