A noite de quarta-feira foi bastante emotiva para quem assistiu ao duelo entre Liverpool e Benfica (3-3), que marcou a despedida das águias da Liga dos Campeões. Depois da derrota no jogo da primeira mão (1-3), na Luz, os comandados de Nélson Veríssimo tinham de assinar uma reviravolta épica em Anfield para seguirem em frente na maior prova de clubes.
No entanto, não foi isso que aconteceu. Na realidade, o Benfica até esteve bem na hora de atacar, mas as fragilidades defensivas voltaram a vir ao de cima e mancharam a exibição das águias, ao mesmo tempo que valeram o adeus à Champions.
Por seu turno, o Liverpool, que se apresentou em campo com sete alterações no onze, até pareceu estar em modo gestão, até porque há uma Premier League e uma Taça de Inglaterra ainda por ganhar, e acabou por ceder um empate já perto do apito final. Segue-se o Villarreal nas meias-finais para os reds, que se assumem com um dos favoritos a vencer a prova.
De qualquer modo, e tendo em conta a realidade das duas equipas, é justo salientar que o Benfica se despediu de pé e com honra da Liga dos Campeões. Vamos aos protagonistas da noite em Anfield.
A figura
Roberto Firmino foi o verdadeiro quebra-cabeças para Otamendi e Vertonghen. O avançado brasileiro é dono de um classe ao alcance de poucos e aproveitou, da melhor forma, o espaço que lhe foi concedido para causar estragos. De longe, a melhor unidade do lado dos redes.
A surpresa
Se no jogo da primeira mão, na Luz, Adel Taarabt tinha sido um dos destaques pela negativa, é justo realçar agora que o internacional marroquino esteve em bom plano na visita a Anfield. Jogou um pouco mais atrás do que é habitual e sacrificou-se em prol da equipa, ajudando Weigl nas tarefas defensivas e procurando lançar, com critério, os colegas mais bem posicionados. Acabaria por sair aos 66 minutos, cedendo o lugar a João Mário, depois de ter feito uma exibição incansável.
A desilusão
Jan Vertonghen ficou ligado a dois dos três golos do Liverpool. No primeiro não conseguiu impedir Konaté de voar mais alto e de abrir as contas do marcador, no segundo tentou aliviar a bola e acabou por deixar Diogo Jota na posição mais favorável para assistir Roberto Firmino. Noite absolutamente desastrada para o experiente internacional belga.
Os treinadores
Jurgen Klopp
O carismático treinador alemão fez sete alterações no onze e até a imprensa inglesa ficou surpreendida. Antes do apito inicial explicou que queria "jogadores frescos" em campo, mas a verdade é que o Liverpool apresentou um ritmo de jogo muito mais brando do que aquele que já nos habituou. As ausências de peso foram notadas, nomeadamente na hora de defender. Fica a sensação de que achou que a eliminatória já estaria praticamente resolvida. E o Benfica provou precisamente o contrário.
Nélson Veríssimo
O treinador das águias afirmou, na véspera, acreditar num bom resultado e a verdade é que o Benfica caiu de pé. As águias saíram de Anfield com um empate no bolso e com três golos apontados no reduto do Liverpool, algo que poucos conseguem. Por outro lado, na hora de defender os problemas são antigos mas continuam críticos. Sofrer dois golos de bola parada é um mau sinal para qualquer treinador. Valeu a veia goleadora dos avançados.
O árbitro
O neerlandês Serdar Gözübüyük optou por um critério largo e acabou por assinar uma arbitragem sem grandes casos. Nos lances mais complicados esperou pelo aval do VAR e corrigiu as decisões erradas do assistente que anulou dois golos ao Benfica.
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