Nove partidas, nove vitórias. O arranque de temporada perfeito do Benfica conheceu, esta sexta-feira, um novo episódio, graças ao (muito) 'suado' triunfo conquistado na receção ao Vizela, por 2-1, no encontro que abriu a quinta jornada da I Liga.
Os minhotos assinaram um início de jogo repleto de personalidade, à imagem daquilo a que Álvaro Pacheco nos tem vindo a habituar desde o 'salto' para o principal escalão, à qual acrescentou uma eficácia que, até agora, ainda não tinha sido muito vista.
À passagem dos 20 minutos, e já depois de Gonçalo Ramos ter cabeceado à barra, Kiko Bondoso lançou Milutin Osmajic no contra-ataque, tendo o avançado ganho na velocidade a Nicolás Otamendi e atirado para o fundo das redes, para choque dos adeptos encarnados.
Os homens de Roger Schmidt assumiram, daí em diante, as despesas do jogo, mas com grandes dificuldades em criar lances de perigo, tal a organização que os minhotos impuseram, que foi fazendo com que o resultado se 'arrastasse' até ao 76 minutos.
Foi então que David Neres 'sacou um coelho da cartola', ao repor a igualdade com recurso a grande pontapé de fora da grande área. As bancadas empolgaram-se... mas levaram com novo 'balde de água fria', fruto da expulsão de Gonçalo Ramos, por acumulação de amarelos.
Mesmo em desvantagem numérica, as águias partiram para o ataque e selaram o resultado final... aos 90+12 minutos, graças a uma grande penalidade concretizada por João Mário, que tirou a camisola para festejar e viu, também ele, o segundo cartão amarelo e respetivo vermelho.
Feitas as contas, com este resultado, o Benfica passa a somar 15 pontos e garante que, aconteça o que acontecer no dérbi minhoto, entre Sporting de Braga e Vitória SC, vai manter-se isolado na liderança da I Liga. Já o Vizela, é 12.º classificado, com cinco pontos.
Figura
À medida que os minutos foram passando e o Benfica não marcava, as bancadas e os próprios jogadores foram-se impacientando, e as más decisões foram-se sucedendo. Foi aí que João Mário se tornou no 'farol' da equipa, emprestando-lhe a clarividência que lhe faltava e que foi fundamental para a reviravolta, que o próprio consumou, na marcação de uma grande penalidade.
Surpresa
Sem Morato, que é baixa por lesão, António Silva assumiu a responsabilidade de fazer dupla com Nicolás Otamendi no centro da defesa, e o melhor elogio que se lhe pode fazer é que o brasileiro não deixou saudades. Apesar dos 'tenros' 18 anos, a jovem promessa demonstrou uma capacidade fora do normal nos duelos individuais e até mesmo com bola, procurando sempre passes verticais que aproximassem a equipa da baliza contrária.
Desilusão
'Herói' durante as primeiras partidas da temporada, Gonçalo Ramos pouco acrescentou à equipa, no triunfo sobre o Vizela. Bruno Wilson 'secou-o' por completo, e, depois de o defesa-central ex-Sporting sair, devido a lesão, o cenário não sofreu grandes alterações. Acabou expulso, mas, quanto a essa questão, lá chegaremos.
Treinadores
Roger Schmidt: A insistência em repetir o mesmo onze, vezes sem conta, começa a refletir-se na falta de frescura física em momentos-chave do jogo. Quando a equipa se viu em desvantagem, descontrolou-se ligeiramente, e, apesar de se ter superiorizado, teve dificuldades em encontrar o caminho para a baliza, tendo a 'cambalhota' surgido à boleia de rasgos individuais.
Álvaro Pacheco: Vai-se tornando hábito o facto de este Vizela não se amedrontar, seja qual for o nome do adversário. É verdade que, depois do golo de Milutin Osmajic, a equipa sofreu, mas azar também não faltou aos minhotos, que ficaram privados, não só do marcador, como também de Bruno Wilson (que estava a ser um 'muro'), devido a lesão.
Árbitro
Há muito a dizer sobre a exibição de Fábio Veríssimo... e não no melhor sentido. O árbitro da Associação de Futebol de Leiria perdeu, a certo momento, o controlo do jogo, e desatou a 'disparar' cartões amarelos em todas as direções. O mais polémico de todos teve lugar aos aos 90+1 minutos, quando viu simulação de Gonçalo Ramos num lance em que o avançado não tinha como evitar o contacto com Anderson Jesus, na grande área do Vizela. Instantes depois, o juiz assinalou mesmo grande penalidade, num lance que resolveu o encontro e que é, também ele, digno de discussão.
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