As preocupações com o mercado podem ter terminado no passado dia 1 de setembro, com o fecho da janela de transferências nas principais ligas da Europa, mas as relacionadas com as renovações mantêm-se bem vivas, sobretudo com o aproximar do mês de dezembro. E que o diga o FC Porto.
Com a chegada do último mês deste ano, aumenta a possibilidade de vários craques portistas abandonarem o Dragão no próximo verão e a custo zero, uma 'novela' que se tem repetido de forma incessante, nos últimos anos.
Este verão, por exemplo, o FC Porto viu sair Mbemba a custo zero para os franceses do Marseille, ele que era um dos habituais titulares na defesa azul e branca na época transata. É certo que os portistas pouparam vários milhões em salários, mas o investimento de 4,6 milhões de euros feito quando o congolês foi comprado ao Newcastle no verão de 2018 acabou por não ser recuperado em termos financeiros.
Brahimi, Herrera ou Reyes são outros dos exemplos
Tal como já referido, foram vários os dossiês de jogadores que saíram a custo zero do FC Porto nas últimas temporadas, mas vale recordar aqueles que são os casos mais frescos na memória dos adeptos portistas.
Comecemos por Brahimi e Herrera. Figuras influentes no clube da Invicta desde que chegaram ao Dragão, os dois jogadores abandonaram os campeões nacionais com o passe na mão na época 2018/19, algo que representou perdas superiores a 17 milhões de euros para os cofres da SAD.
Diego Reyes, Adrián López, Hernâni e o próprio Iván Marcano, entretanto já recontratado, também deixaram o FC Porto a custo zero. Corona, por seu turno, esteve perto de deixar a cidade nortenha a custo zero, mas acabou por ser vendido ao Sevilla, em janeiro deste ano.
Pepe e Uribe são os casos mais 'bicudos'
De forma a evitar novo rombo nas já periclitantes contas dos dragões, a SAD liderada por Pinto da Costa terá, nas próximas semanas, muito trabalho a fazer para evitar a fuga de milhões no verão de 2023.
Os casos mais proeminentes que os portistas têm por resolver são os do capitão de equipa Pepe e de Mateus Uribe. É certo que o internacional luso não tem um valor de mercado tão elevado como o colombiano (apenas um milhão de euros), mas o seu peso no balneário faz deste um dossiê com selo de urgente no Dragão.
Já o médio sul-americano é um processo mais complicado para o FC Porto. Avaliado em 16 milhões de euros pelo portal especializado Transfermarkt, o jogador, de 31 anos, chegou ao clube da Invicta no verão de 2019 para cobrir a saída a custo zero de Herrera para o Atlético Madrid, uma transferência que custou cerca de 9,5 milhões de euros.
Elemento extremamente valioso na manobra ofensiva da equipa, Uribe deu a entender, numa entrevista recente, que estava disposto a renovar contrato com o FC Porto. Ainda assim, e fazendo fé nas informações veiculadas pela imprensa desportiva nacional nos últimos dias, o processo encontra-se em banho maria por desacordo entre as partes no que aos valores diz respeito.
Quarteto também à espera de renovação
Para além dos já enunciados Pepe e Mateus Uribe, Fernando Andrade, Iván Marcano, Wilson Manafá e o jovem Francisco Meixedo também estão no último ano de ligação ao emblema nortenho.
Comecemos pelo defesa-central espanhol. Habitual suplente nas temporadas transatas, o espanhol arrancou 2022/23 com o estatuto de titular, mas acabou por perder o lugar para David Carmo, reforço de verão dos portistas, e Fábio Cardoso, que foi a jogo contra o Estoril. Na janela de transferências que agora fechou, foi notícia uma possível saída, algo que não se chegou a concretizar. Certo é que, dentro de pouco mais de três meses, o espanhol está livre para assinar com qualquer outro clube, algo que já aconteceu na temporada 2017/18, antes de o central regressar ao Dragão. Marcano vale, neste momento, 500 mil euros.
Manafá, por seu turno, tem estado ausente nos últimos meses devido a uma grave lesão. Contratado em 2019 ao Portimonense, a troco de sete milhões de euros, o lateral, avaliado em cinco milhões de euros pelo portal especializado Transfermarkt, regressou recentemente aos treinos sem limitações, pelo que terá agora de convencer o técnico Sérgio Conceição e a administração portista de que merece um novo contrato.
Fernando Andrade e Francisco Meixedo são os restantes jogadores no último ano de contrato com o FC Porto. Olhemos, primeiro, para o ex-Santa Clara. O avançado brilhou nos açorianos entre 2017 e o início da época 2018/19 e a mudança para o Dragão concretizou-se em janeiro de 2019. Peça importante na reta final dessa temporada, o brasileiro, contratado por 1,5 milhões de euros, foi perdendo espaço nos eleitos de Conceição.
Depois dos empréstimos para a Turquia, Fernando Andrade seguiu para a Arábia Saudita em 2021/22, onde se lesionou com gravidade. Regressado ao Dragão, o avançado ainda foi a tempo de ser utilizado no duelo da última ronda contra o Estoril, sagrando-se campeão. Esperava-se que o canarinho integrasse as opções de Conceição esta época, mas a verdade é que ainda não foi utilizado nesta temporada, seja na equipa principal, seja na formação secundária.
Já Francisco Meixedo é visto como uma das promessas do Olival. Com a estreia na equipa principal feita na época passada, o jovem, de 21 anos, tem sido opção a titular na equipa B na presente temporada, mas as oportunidades na equipa sénior tem sido escassas. A chegada do brasileiro Samuel Portugal neste mercado de verão fez ver que Meixedo é mesmo a quarta opção na hierarquia de guarda-redes de Sérgio Conceição.
Feitas as contas, e se juntarmos todos os valores de mercado destes seis atletas em fim de contrato, o FC Porto corre o risco de perder 24,5 milhões de euros no próximo verão, retirando o facto de poder não recuperar o investimento feito nas contratações destes jogadores.
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