Os organizadores do Mundial2022 de futebol criticaram hoje a Hummel, que irá fornecer os equipamentos da Dinamarca sem os símbolos da marca, como forma de protesto, por "desvalorizar" os progressos realizados no Qatar.
"Esta camisola carrega uma mensagem. Não queremos ser visíveis durante um torneio que custou a vida a milhares de pessoas. Apoiamos a seleção dinamarquesa a todos os níveis, mas não o Qatar como organizador", referiu a Hummel nas suas redes sociais.
Os organizadores do Mundial2022 contestam a afirmação da Hummel de que este torneio "custou a vida a milhares de pessoas" e referem, com base nos números oficiais, que "três trabalhadores morreram em acidentes de trabalho durante a construção dos oito estádios".
Em comunicado, os organizadores destacam "as reformas feitas no mercado de trabalho, reconhecidas por organizações internacionais", e rejeitam a banalização do seu "compromisso sincero de proteger a saúde e a segurança dos 30.000 trabalhadores que construíram os estádios e infraestruturas envolventes".
Os organizadores acrescentam que mantiveram um "diálogo sólido e transparente" com a Federação de Futebol da Dinamarca (DBU), sobre o assunto, e pedem que esta organização "comunique o resultado com precisão", em particular à Hummel.
Desde a entrega da edição de 2022 do Mundial de futebol ao Qatar, em 2010, que o pequeno mas rico emirado do Golfo Pérsico está sob fortes críticas sobre os direitos dos trabalhadores migrantes, a comunidade LGBT+ e o impacto ambiental do torneio.
Com a aproximação do Mundial, que terá o seu início em 20 de novembro, patrocinadores e marcas adotaram posições mais ou menos radicais.
No caso concreto da seleção da Dinamarca, para além do manifesto protesto das camisolas sem marca, também os equipamentos de treino exibirão "mensagens críticas" e dois patrocinadores aceitaram a substituição do seu logótipo.
O Mundial de futebol do Qatar vai decorrer entre 20 de novembro e 18 de dezembro, com a seleção portuguesa inserida no Grupo H, com Uruguai, Gana e Coreia do Sul.
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