O FC Porto bateu o Bayer Leverkusen por 2-0 na terceira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Como se diz na gíria, 'à terceira foi de vez'. O dragão não se vergou uma vez mais e, depois de uma grande vitória na I Liga contra o Sp. Braga, deu corda aos sapatos para conquistar os primeiros três pontos na Liga milionária.
A vitória azul e branca começou por ser desenhada na baliza, onde Diogo Costa brilhou logo desde o minuto 44, quando defendeu uma grande penalidade insólita de Patrick Schick. Zaidu e Galeno saltaram do banco e, num momento melhor do FC Porto, acabaram por ajudar a confirmar a vitória.
Do lado de lá, na equipa alemã, houve quem não tenha feito a melhor das exibições. O centro da defesa embrulhou-se várias vezes, principalmente pela falta de sorte (acredite-se que seja disso) do ex-Vitória SC Tapsoba. Ainda assim, na equipa de Sérgio Conceição, apesar da derrota, há notas negativas e jogadores a quem se pede mais a este nível.
Críticas à parte, o FC Porto colocou-se numa boa posição para, contra a corrente, virar o rumo do barco e dirigi-lo a bom porto. A nuvem negra afastou-se em questão de quatro dias, tempo suficiente para os azuis e brancos colocarem-se a três pontos do Benfica na I Liga e em segundo lugar do grupo da Liga dos Campeões.
Dito isto, vamos às notas.
A figura
Ser 'Schick a valer' valeu pontos ao FC Porto. Que o diga Diogo Costa, que acabou por ser a principal figura de destaque, ao lado de Taremi e Otávio. Fez várias defesas que se equivaleram a golos. A primeira e mais importante foi na grande penalidade dos alemães, que lançou a partida a favor do FC Porto. A partir desse momento, não só a moral de Diogo Costa, como da restante equipa, foi cada vez maior. Até ao intervalo, valeram os reflexos do jovem guarda-redes para impedir os golos germânicos. Partida exemplar e praticamente exímia de Diogo Costa, que dá cada vez maior segurança à equipa do FC Porto.
A surpresa
Zaidu passou de 'patinho feio' a herói do Dragão. O nigeriano já tinha marcado o golo que deu o título ao FC Porto na época passada, tendo voltado a mostrar-se em grande plano com o golo que abriu o marcador desta partida. Entrou aos 63 minutos por força das circunstâncias da partida e, em poucos minutos, sem que se previsse, mostrou-se importante para a equipa. A pouca verticalidade de Zaidu rumo ao ataque era uma dor de cabeça para Conceição, que, nesta terça-feira, pôde gritar golo e festejar a evolução de um jogador que, recorde-se, há quatro anos jogava no Campeonato de Portugal.
A desilusão
Apesar de alguns erros defensivos e alguma passividade preocupante de Tapsoba, quem leva a pior nota da partida é Patrick Schick. Inevitavelmente, o checo fica marcado por uma grande penalidade falhada, que, caso tivesse entrado, poderia ter ditado um resultado completamente diferente. Fora o lance da marca dos 11 metros, Schick fez pouco mais para um dos avançados mais conceituados da Bundesliga, algo que não terá acontecido unicamente neste jogo. Enquanto na última época marcou 24 golos em 31 jogos, leva apenas três em 12 jogos nesta época.
Os treinadores
Sérgio Conceição
Mais um jogo de aprendizagem para o técnico do FC Porto e para a equipa azul e branca. Se a omelete exige que haja ovos, Conceição precisa de ir buscá-los para os colocar em campo. A decisão de começar com Bruno Costa revelou-se mal tomada, tendo o técnico corrigido assim que pôde. As entradas de Otávio e Zaidu foram as mais acertadas, ainda mais num jogo no qual a vitória era imperativa. A equipa voltou a jogar sob o mote que foi lançado antes do jogo contra o Sp. Braga, com menos peso nas costas e mais identidade própria. Em pouco tempo, tudo foi do mal ao bem e o 'culpado' desta recuperação foi, como sempre, o homem da casa: Sérgio Conceição.
Gerardo Seoane
Jogo interessante do Bayer Leverkusen que, nesta temporada, está mais apagado que o costume. Em 17.º na Bundesliga e no terceiro posto do grupo da Liga dos Campeões, o emblema germânico mostrou uma face diferente e entrou em grande na partida. Teve o golo de Hudson-Odoi, que acabou anulado, o penálti de Schick, que acabou defendido, e mais uns remates até ao intervalo como lances principais da partida. Já na segunda parte, não foi capaz de dar seguimento à exibição que, até ao momento, ia garantindo um ponto importante e, quem sabe, o caminho para a vitória nesta partida. Não aconteceu, não por culpa do treinador, que fez o que pôde para fazer a equipa jogar, mas sim da equipa, que perdeu-se na partida num momento importante.
O árbitro
Partida atarefada, mas assertiva de Anthony Taylor. Maior trabalho para o VAR, que acertou nas decisões que tomou.
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