Eliaquim Mangala contou em entrevista lançada nesta segunda-feira pelo Get French Football News os pormenores da aventura pouco feliz que teve no Manchester City. O ex-FC Porto explicou o que não correu bem na sua mudança do Estádio do Dragão para o Etihad Stadium, na qual o valor da transferência terá aumentado a pressão.
"Toda a gente lida com isso de forma diferente. Muito antes de ir para o Manchester City, percebi que há múltiplos aspetos no jogo: Há o que acontece em campo e há o lado do negócio, que evoluiu ao longo do tempo. É verdade que o valor foi enorme e, com isso, vieram expectativas. Há um lado subconsciente que tem influência. Tentei equilibrar essa influência, dizendo a mim próprio para me concentrar no que tinha de fazer", começou por dizer.
Mangala contou ainda como, no espaço de dois anos, tudo mudou para si no Manchester City.
"Houve uma oferta do Inter, mas, financeiramente, não era suficiente. No fim da janela de transferências, eu ainda estava no Man. City e o treinador [Guardiola] falou comigo com muita sinceridade. Disse que não chegou nenhuma solução, que tinha um perfil muito específico que não era o que ele procurava, mas que iríamos trabalhar juntos e eu poderia ter tempo de jogo. Disse que eu tinha características que outros não tinham e que era um jogador muito bom, mas, pelo estilo de jogo, não era o que procurava e que não tinha qualquer problema comigo", contou ainda.
A experiência quase traumática de Mangala no Man. City, que foi encerrada em 2019 com o fim do contrato, terá causado no francês uma vontade ainda maior de se tornar... treinador de futebol.
"Depois de ser treinado por Guardiola, queria ainda mais ser treinador. Não é necessariamente pelo seu estilo de jogo, porque isso pode mudar, mas pela abordagem. Aquelas questões do por que jogamos assim, por que razão fazer este movimento em particular e como o vamos fazer, de que forma cada jogador se posiciona em relação ao outro... Trata-se da abordagem que dás às coisas. Falamos de Guardiola em relação ao que acontece em campo, mas também do aspeto mental. Ao longo da semana, são os discursos dele, a forma como se aproxima de ti para manteres os pés no chão. A forma como o recebi abriu-me os olhos", concluiu.
Mangala, que já foi o defesa mais caro do futebol, tendo custado 45 milhões de euros aos citizens, está agora sem clube, depois de uma temporada ao serviço do despromovido Saint-Étienne.
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