O FC Porto desperdiçou a oportunidade de chegar à jornada em que se disputa o dérbi entre Benfica e Sporting a apenas cinco pontos da liderança, fruto da 'escorregadela' preconizada, este sábado, no Jamor, onde não conseguir ir além do nulo, diante do Casa Pia.
Os dragões assumiram a iniciativa de jogo e passaram a primeira parte praticamente instalado no meio-campo ofensivo, mas só conseguiram criar algum perigo com remates de longe, da autoria de Matheus Uribe e Otávio, que Ricardo Batista segurou sem dificuldades.
Os gansos, por sua parte, fizeram de tudo para resistir ao domínio azul e branco, mesmo depois do primeiro contratempo, quando Ângelo Neto saiu lesionado devido a uma entrada de Matheus Uribe, e quando Lucas Soares foi expulso, por acumulação de amarelos.
Os campeões nacionais em título disputaram toda a segunda parte em vantagem numérica e impuseram o seu jogo ainda com mais vigor, somando oportunidades atrás de oportunidades, fazendo passar a ideia de que, mais cedo ou mais tarde, o golo acabaria por surgir.
A verdade é que ele não surgiu, muito por culpa de Ricardo Batista, que defendeu o possível e o impossível para manter o empate, que não só atirou o FC Porto para a terceira posição da I Liga, ultrapassado pelo Sporting de Braga, como ainda aumentou o 'fosso' para o líder, o Benfica, para sete pontos.
O Casa Pia, por sua vez, mantém-se na quarta posição, com 27 pontos, menos um do que o quarto classificado, o Sporting, que pode aproveitar a ocasião para 'descolar', bastando para tal que derrote o Marítimo, no Funchal, já no domingo.
Figura
Ricardo Batista apresentou-se como uma autêntica 'muralha' na baliza do Casa Pia, travando toda e qualquer investida do ataque do FC Porto. O ponto alto teve lugar aos 70 minutos, quando Toni Martínez apareceu completamente isolado na pequena área, mas uma defesa do guarda-redes 'à futsal' impediu o golo.
Surpresa
Quem assistiu à exibição de Takahiro Kunimoto não percebeu, certamente, de que este foi apenas o segundo jogo a titular desde que regressou de uma grave lesão. O japonês demonstrou muita disponibilidade física, tendo agitado o jogo, primeiro, na ala direita, e depois, na ala esquerda, nunca descurando as tarefas defensivas.
Desilusão
Uma distinção que não pode ir para outro jogador que não Lucas Soares. O Casa Pia assinou uma exibição, praticamente, imaculada do ponto de vista defensivo, na primeira parte, mas deitou tudo a perder quando se 'esqueceu' de que já tinha um cartão amarelo e cometeu uma falta imprudente sobre Wenderson Galeno, que lhe valeu a ordem de expulsão.
Treinadores
Filipe Martins: Mais uma exibição positiva do Casa Pia, especialmente, ao nível do rigor defensivo, até mesmo depois dos dois contratempos que retiraram Ângelo Neto e Lucas Soares de campo. Ofensivamente, os gansos foram explorando, aqui e ali, a velocidade de Saviour Godwin e Takahiro Kunimoto, nas alas, mas não deu para mais.
Sérgio Conceição: O FC Porto teve muitas dificuldades em quebrar o bloco do Casa Pia, na segunda parte, pouco mais conseguindo fazer do que remates de meia distância. Já no segundo tempo, e em vantagem numérica, os dragões cresceram e criaram oportunidades em catadupa, mas esbarraram, invariavelmente, em Ricardo Batista.
Árbitro
A exibição de Nuno Almeida fica, indelevelmente, marcada pela expulsão de Lucas Soares, que não deixa margem para dúvidas. Resta, no entanto, saber onde estava o rigor do árbitro algarvio quando, aos 16 minutos, Matheus Uribe 'abalroou' e lesionou Ângelo Neto, conseguindo 'escapar' sem qualquer ação disciplinar.
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