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Frio não impediu águia de aquecer o doce: As notas do Club Brugge-Benfica

Encarnados levam uma vantagem de dois golos para a segunda mão, na Luz, agendada para o mês de março.

Notícia

© Getty Images

Miguel Simões
16/02/2023 08:01 ‧ 16/02/2023 por Miguel Simões

Desporto

Análise

O regresso à Liga dos Campeões não poderia ter começado melhor para o contexto português. O Benfica venceu, esta quarta-feira, no reduto do Club Brugge (0-2), naquela que foi a primeira mão dos 'oitavos' da prova milionária.

Num jogo que contou com as titularidades de Rafa Silva e Gonçalo Ramos, até foram os belgas a entrarem mais fortes, motivando uma rápida reação dos encarnados, com várias oportunidades junto da baliza adversária, de todos os modos e feitios.

Rafa viu um remate ser travado pelo poste e o Benfica não foi para o descanso sem antes apanhar um valente susto, com os festejos do Club Brugge na sequência do cabeceamento certeiro de Denis Odoi, num lance que seria anulado por fora de jogo à beira do intervalo.

Os milhares de adeptos do Benfica presentes em Bruges foram dando o incentivo e a equipa correspondeu após o regresso dos balneários. Gonçalo Ramos conquistou uma grande penalidade de forma muito inteligente e a verdade é que João Mário não desperdiçou.

Entre a gestão do resultado e a vontade (e tentativa) de ampliar a vantagem, a equipa de Roger Schmidt conseguiu mesmo voltar a festejar, por intermédio do recém-entrado David Neres, já perto do minuto 90. Apesar do frio na Bélgica, o Benfica mostrou como 'espalhar' bom chocolate e preparar o aquecimento... para os 'quartos'.

De referir que a segunda mão dos 'oitavos' da Liga dos Campeões está agendada para o próximo dia 7 de março, na Luz.

Vamos então às notas da partida:

Figura

João Mário posicionou-se, mais uma vez, como uma das principais referências do triunfo do Benfica. Entrou para a lista de marcadores na cobrança de uma grande penalidade, mas deu muito mais ao jogo dos encarnados, tanto no momento de organizar jogo, como nas fases em que era preciso assenta-lo. A somar às recuperações de bola e aos passes assertivos, o médio das águias ganhou vários duelos importantes que conduziram a lances de perigo.

Surpresa

Fredrik Aursnes parecia estar em todo o lado. A defender, a atacar, a ocupar espaços, a libertar jogadores e até a desmarcar-se, surpreendendo, por diversas ocasiões, a defensiva adversária. Foi na imprevisibilidade que esteve a principal chave do seu jogo, sobretudo pela inteligência de jogo que tem revelado às ordens de Roger Schmidt. O norueguês ganhou grande parte dos duelos aéreos, afastou o perigo quando era preciso e ainda esteve perto de marcar, num remate dentro da grande área no primeiro tempo.

Desilusão

Jack Hendry acabou por desiludir os adeptos do Club Brugge, não só pela grande penalidade cometida sobre Gonçalo Ramos, mas por uma série de erros ao longo dos 90 minutos em campo. Grande parte das investidas do Benfica aconteceu, precisamente, no lado junto do central de 27 anos, sendo que o lance do segundo golo não foi exceção. Acaba por estar envolvido nos lances que ditaram a infelicidade da sua equipa e nem sempre conseguiu acompanhar a progressão do companheiro Brandon Mechele.

Treinadores

Scott Parker não alterou o esquema tático em função do poderio ofensivo do adversário e poucas foram as peças do xadrez que quis mudar, mas a verdade é que nada terá surpreendido Roger Schmidt, em função das poucas e curtas investidas dos belgas. Arrancaram bem, é um facto, mas perderam gás ao longo do encontro e praticamente não voltaram a assustar Vlachodimos, sobretudo na segunda parte. As substituições em nada ajudaram a equipa a alterar o rumo dos acontecimentos.

Roger Schmidt promoveu as titularidades de Gonçalo Ramos e Rafa Silva, jogadores que até causaram 'sururu' junto da baliza adversária, sendo que os seus substitutos na segunda parte - Gonçalo Guedes e David Neres, respetivamente - acabaram por seguir a mesma toada. O treinador das águias não abdicou das suas ideias depois de ver a equipa passar para a frente do marcador e, com alguma gestão à mistura, conseguiu atingir o tão desejado (e importante) segundo golo.

Árbitro

Davide Massa protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos. Seguro a apitar as faltas e coerente na hora de puxar dos cartões amarelos (apenas mostrados no primeiro tempo) para marcar uma posição no encontro, o árbitro italiano não hesitou em apontar a grande penalidade, que desbloqueou o nulo, sendo que nem sequer precisou do VAR durante a partida.

Leia Também: Club Brugge-Benfica: Chocolate belga para a águia devorar?

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