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Olympiacos impediu Pêpê de cumprir sonho: "Tenho mágoa. Foi feio"

Alvo de sucessivos empréstimos, Pêpê Rodrigues encontra-se, atualmente, nos espanhóis do Cartagena e admite estar perto de um sonho. Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o médio formado no Benfica projetou o futuro e recordou o percurso até chegar ao Olympiacos, clube onde tem contrato até 2025 e que 'travou' a sua ida para o campeonato que mais ambiciona, a La Liga.

Notícia

© Getty Images

Miguel Simões
22/03/2023 07:35 ‧ 22/03/2023 por Miguel Simões

Desporto

Exclusivo

Formado no Benfica, Pêpê Rodrigues deu os primeiros passos da carreira de futebolista no futebol português e tem sido alvo de vários empréstimos por parte do Olympiacos, dois deles na presente temporada. Ainda assim, o sonho da La Liga pode estar perto... pela porta do Cartagena.

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o médio de 25 anos recordou as passagens por Portugal, com destaque para o Vitória SC, de onde saiu para a Grécia, em 2020. As coisas não correram como esperado e Pêpê Rodrigues regressou à I Liga, pela porta do Famalicão, em 2021, precisamente quando o emblema na altura treinado por Pedro Martins impediu uma transferência para o campeonato espanhol.

O futebolista de 25 anos esteve emprestado ao Ankaragucu na primeira metade da presente temporada e a pouca regularidade entre as principais opções levou-o a mudar-se para o Cartagena, da segunda divisão espanhola, onde espera vir a lutar até ao fim pela subida ao principal escalão de futebol do território vizinho.

Além desse sonho, Pêpê Rodrigues alimentou outros que gostaria de ver concretizados nos próximos anos, tendo, inclusive, falado da seleção nacional, cuja última internacionalização aconteceu em 2018, ao serviço dos sub-21.

O Benfica B tem a realidade de formar jogadores em que claro que é importante ganhar, mas, se perderes ou empatares, não se perde nada (...) É uma realidade diferente, por comparação à I Liga.

O Pêpê deu os primeiros passos em clubes de Viseu, onde nasceu, sendo que em 2009 mudou-se para o Benfica, com 12 anos. Como aconteceu isso?

Na altura, eu estava a jogar no clube da minha terra [no Ferreira de Aves] e houve uma captação do Benfica em Viseu. Curiosamente, nesse ano, nem estava a jogar futebol. O clube da minha aldeia não tinha esse escalão, mas a Associação de Futebol de Viseu mandou um e-mail para todos os clubes que quisessem levar miúdos para lá. Depois dessa captação, passei para a de Lisboa e, no fim de um treino, falaram com os meus pais e irmãos, que estavam lá, para que, se fosse possível, representasse uma equipa como o Académico de Viseu, por exemplo, para estarem mais 'de olho'. Os meus pais fizeram esse esforço, estive um ano no Académico de Viseu [2007/08] e abriram um Centro de Formação e Treino (CFT) do Benfica em Viseu, onde estive a fazer uns treinos e só depois é que fui mesmo para o Benfica.

Que impactos teve essa mudança a nível pessoal com apenas 12 anos?

Teve alguns. No campo, diria que não. Divertia-me como uma criança de 12 anos, tanto o fazemos com amigos na rua, como em competição. A nível pessoal, foi um pouco complicado ao início. Passei de viver numa aldeia onde todos se conhecem para passar a estar na maior cidade de Portugal, onde tinha de apanhar metro e autocarro para ir treinar. Em Viseu, nem sequer metro ou comboio tinha. Foi um choque grande. Tive a ajuda de uns primos, e, no primeiro ano, fiquei em casa deles, o que, de certa forma, facilitou a adaptação. Ter alguém familiar quando chegava a casa depois do treino ou da escola ajudava muito.

Leia Também: "Estreia pelo Benfica? Se levas um jogador para estágio, dá-lhe minutos"

Foi emprestado ao Estoril e ao Vitória SC, emblemas da I Liga. Qual a importância dessas primeiras duas experiências?

A I Liga é totalmente diferente. O Benfica B tem a realidade de formar jogadores em que claro que é importante ganhar, mas, se perderes ou empatares, não se perde nada. Interessa é ter qualidade de jogo e os jogadores, dentro desse contexto, evoluírem. Depois, chego a um Estoril onde temos de somar pontos para não descer e, ao veres os que estão atrás a ganhar, tens a pressão de ganhar e de fazer mais. Mesmo nas competições europeias, no caso do Vitória SC, vemos que um adversário direto ganhou e depois temos aquela pressão de ganhar para continuar na luta. São nessas coisas que vemos as diferenças. A logística de um Benfica para a de um Estoril, onde sinceramente não senti falta de nada, é diferente ao ponto de haver um ginásio com 20 máquinas e depois outro com umas três. Num lado, tens quatro ou cinco campos de treino, e depois, noutro, tens um. Conseguimos fazer tudo na mesma, mas temos de nos adaptar. Foram experiências muito positivas. No Benfica B, estava com jogadores da minha idade, mesmo que fossem um ou dois anos mais velhos ou mais novos, depois chego a outros clubes com pessoas já de outras idades. Lembro-me que, no Estoril, apanhei o Moreira, que já tinha sido campeão no Benfica e tinha ido à seleção, sendo que é esse tipo de jogadores que nos passa alguma experiência pelo que viveram na carreira.

Notícias ao Minuto Pêpê Rodrigues começou por ser emprestado ao Vitória SC, em 2018/19, mas acabou por ficar em Guimarães a título definitivo.© Getty Images  

Na primeira época no Vitória SC, realizou 20 jogos e lutou pela Europa, com orientação de Luís Castro. Isso foi importante para o clube querer mantê-lo e contratá-lo a título definitivo?

Foi importante, sim. Ter ficado também esteve relacionado com o treinador que veio a seguir, o Ivo Vieira, com quem trabalhei, no Estoril. Na altura, até estive para ir com ele para o Moreirense, mas surgiu o Vitória SC e aproveitei. Eu conhecia o treinador e ele conhecia-me a mim. Gosto do estilo de jogo que o Ivo [Vieira] implementa nas suas equipas e penso que ele também aprecia o meu estilo (risos). Isso teve peso, além do trabalho que tinha tido na época anterior, com o Luís Castro. É um clube que eu tenho muita admiração e espero um dia voltar. Marcou-me muito. Ainda hoje, sempre que posso, acompanho os jogos do Vitória SC e torço para que eles ganham. É um clube diferente.

Em 2019/20, reencontrou Ivo Vieira, em Guimarães, e duplicou o número de jogos por comparação à época transata, ainda com o registo de cinco golos e três assistências. Qual o impacto que a visibilidade europeia teve para si?

Foi grande, de tal forma que na época seguinte sou transferido para o Olympiacos. Só por aí já se percebe. E não foi só comigo. No final dessa época, houve mais jogadores a sair, como o João Carlos Teixeira para o Feyernoord e o Davidson para o Alanyaspor, não me recordo de todos. Jogar uma competição europeia é sempre uma montra maior. Fizemos uma boa fase de grupos, com jogos de qualidade onde pecámos por alguma inexperiência que o grupo tinha nesse tipo de jogos. Ainda hoje em dia, quando falo com adeptos do Vitória SC, todos ficam maravilhados com esses jogos bem conseguidos [num grupo difícil, contra Arsenal, Eintracht Frankfurt e Standard Liège]. Lembro-me que, contra o Arsenal, lá, estávamos a ganhar 2-1 e sofremos dois golos nos últimos dez minutos. Outras equipas com maturidade teriam outro tipo de resposta. Num jogo em casa tivemos duas ou três bolas no poste. Mas esses jogos demonstram o que é o futebol. Não tínhamos essa maturidade e isso faz a diferença, até mesmo começar com uma vitória ou com uma derrota. 

Como não estava a jogar [no Olympiacos], pedi ao mister [Pedro Martins] que me deixasse ir e falasse com o presidente, caso apresentasse obstáculos à saída (...) Andaram no ping pong até ao fecho do mercado e não podia ir para o Granada. Foi feio.

Foi vendido por 4 milhões de euros, mas jogou apenas por 13 vezes pelo Olympiacos em 2020/21. Como foi a adaptação a uma nova realidade, na primeira aventura no estrangeiro?

A adaptação até foi relativamente fácil, porque tinha muitos jogadores portugueses ou que tinham passado por Portugal. Isso ajudou-me. O treinador [Pedro Martins] também era português. Cheguei lesionado, depois de uma infelicidade na pré-época do Vitória, e estive mais de um mês sem competir. Para ganhar ritmo e tudo mais, custou.

Quais as sensações de disputar uma prova como a Liga dos Campeões?

Muito boa. Era um objetivo pessoal que eu tinha para a minha carreira, se bem que na altura, por causa da pandemia da Covid-19, não havia público e era completamente diferente. Jogámos contra o Manchester City e, lá está, é ali que nós nos sentimos realmente jogadores. É uma sensação única.

Tendo por base os sucessivos empréstimos, houve alguma coisa que não funcionou a trabalhar com Pedro Martins?

Na altura, tratou-se de uma contratação a pedido dele, sendo que, depois, contrataram outro médio, porque eu estava lesionado, quando se aproximavam os play-offs da Liga dos Campeões. É uma competição onde o clube se concentra muito e depois focam-se no campeonato, que normalmente ganham. Penso que nunca encontrei o meu melhor nível no Olympiacos. Eu não estava a jogar aquilo que eu queria e desesperava. Quando chegámos a janeiro, falei com o meu empresário e expliquei que queria ser emprestado, porque não estava feliz por não estar a jogar. Procurámos uma solução e apareceu uma do Granada, na La Liga, quando faltam cinco dias para o fecho do mercado. Expliquei ao Pedro Martins que tinha uma proposta na La Liga, que era um objetivo meu. Como não estava a jogar e não ia mudar nada nas opções do mister, pedi que me deixasse ir e falasse com o presidente, caso apresentasse obstáculos à saída. Só que, depois, eu falava com o meu empresário e ficava a saber que o presidente dizia que o Pedro Martins contava comigo. Falei com o Pedro Martins e ele disse-me que o presidente é que não me deixava sair e que, por ele, não havia qualquer problema. Foi assim, durante três ou quatro dias, até que chegou o último dia de mercado. Tenho um pouco de mágoa. Foi feio. Andaram a fazer este ping-pong, e, no último dia do mercado, até tivemos um jogo, em que eu entrei nos últimos 30 minutos e até penso que estive bem, mas o Pedro Martins chegou ao pé de mim e disse que eu podia ir porque as portas do Olympiacos estavam fechadas para mim. Nesse momento, até estava contente, porque pensei que a porta do Granada se mantinha aberta. Liguei ao meu empresário e disse que o Pedro Martins já me libertou, mas naquele momento já não podia ir para o Granada. Disseram que tinha de dar uma resposta até à noite do dia anterior e, se não me contratassem, iam buscar outro [jogador]. O meu empresário disse-me que o Domingos Quina já estava a viajar para lá.

Deixei de concretizar um sonho naquele momento, que ainda espero concretizar. Na altura, depois daquela situação toda, já não tinha cabeça para ficar [no Olympiacos] e apareceu o Famalicão.

E a mágoa deve-se a um misto de não ter oportunidades e de não sair para Espanha?

Foi a brincadeira, entre aspas, que fizeram comigo. Durante quatro ou cinco dias, aconteceu tudo aquilo e ainda por cima eu não estava a jogar [com regularidade]. Até percebo que, por vezes, um jogador esteja a ser importante na equipa e queira sair, até que o treinador diz que precisa dele. Mas, no caso de um jogador que não está a jogar e que muitas vezes não era convocado, não percebi o motivo. Eu falava todos os dias daquela oportunidade [do Granada], dizia que aquilo ia ser bom para mim e para o clube, para aquilo que era a realidade das contratações do Olympiacos. Estando ali parado não ia estar a fazer nada e o meu valor só ia descer. Se fosse para a La Liga fazer uma segunda metade de época melhor, o meu valor de mercado podia aumentar e, quem sabe, voltar no próximo ano para estar mais preparado para o que o mister queria. Daí essa mágoa. Deixei de concretizar um sonho naquele momento, que ainda espero concretizar. Na altura, depois dessa situação toda, já não tinha cabeça para ficar [no Olympiacos] e apareceu o Famalicão.

Apesar de tudo, o Pêpê acabou por ser emprestado por meio ano ao Famalicão, onde mais tarde reencontrou o Ivo Vieira, tendo acabado por ficar mais uma época. Como correu esse regresso a Portugal?

O Famalicão era um clube onde eu podia estar 'em casa', com a minha mulher, sendo que tínhamos casa em Guimarães. Voltei a estar no meu país para esvaziar um pouco a mente também. Na altura, o treinador ainda era o [Jorge] Silas. Ele ligou-me, falámos um bocado e, com toda aquela situação [no Olympiacos], o Famalicão era uma boa escolha. As coisas não estavam a correr bem a nível de resultados. Depois veio o Ivo [Vieira] e as coisas fluíram, a equipa começou a praticar bom futebol, até que veio a época seguinte. Eu não queria voltar para a Grécia e, como não havia nada em Espanha, as coisas em Famalicão até tinham corrido bem. O treinador manteve-se e pensei que podia continuar em Famalicão mais um ano para fazer algo engraçado. Foi o que aconteceu.

Nessa época, o Pêpê alcançou os melhores registos numa época a nível individual, com cinco golos e sete assistências, mas foi protagonista de um momento que ficou na memória de muitos adeptos, quando decidiu homenagear Neno após marcar um golo ao Vitória SC, em Guimarães. Estava planeado?

Na altura, foi uma coisa que eu e o João Carlos Teixeira conversámos. Se eu ou ele fizéssemos golo, mostrávamos uma camisola do Neno [ao público] e isso aconteceu. Fui eu que fiz o golo e, como se pôde ver, ele veio logo ter comigo para mostrarmos a camisola. O Neno é uma pessoa que nos marcou e marca muito. À volta dele, não havia tristeza. Nós, no Vitória SC, estávamos habituados a ter o Neno sempre lá nos treinos, com boa disposição, a rir e a colocar a malta alegre. Estava sempre disposto a ajudar no que fosse preciso. Isso [no jogo] foi apenas uma pequena homenagem daquilo que ele foi para nós.

Notícias ao Minuto À semelhança do que tinha acontecido no Vitória SC, Pepê Rodrigues contava terminar a época e regressar ao clube que o tinha emprestado, mas acabou por ficar para a temporada seguinte. Por sinal, a segunda foi melhor do que a primeira, tanto em Guimarães, como em Famalicão.© Getty Images  

Rumou aos turcos do Ankaragucu na primeira metade desta época, onde fez apenas sete jogos. Não correu bem ao ponto de ter saído no mercado de inverno?

Quando me contactaram para ir para lá, estava um treinador, depois entrou outro. Gostei muito da equipa e o treinador anterior disse-me o que pretendia de mim. Pensei que ir para um campeonato diferente até me podia abrir outro tipo de portas. Só que, depois, cheguei lá, fiz um jogo e veio um treinador novo, que foi logo buscar dois médios turcos. Aconteceram coisas que eu não vejo a acontecer noutros sítios. Lembro-me que um médio fez dois treinos, jogou a titular e o capitão de equipa saiu para que o reforço ficasse com a braçadeira. Não sei se já eram jogadores conhecidos ou de confiança. Eu não estava a jogar, fui claro com a direção e disse-lhes que queria sair. Não queriam e diziam para eu ficar. Até disseram que podiam tentar mais um ano de empréstimo com o Olympiacos para mostrarem que gostavam muito de mim, mas eu disse que era impossível e saí.

Nesta aventura no Cartagena, da segunda divisão espanhola, já leva os mesmos sete jogos, mas com três assistências. Acredita que pode ajudar a equipa a subir à La Liga?

Acredito. Se não acreditasse, não estaria aqui [no Cartagena], neste momento. Quando falei com o meu empresário, conversámos que se não tinha aparecido nenhuma equipa de I Liga anteriormente por não estar a jogar, ia ser difícil acontecer naquela fase. Se aparecesse uma equipa da segunda Liga espanhola, tinha de ser uma equipa com ambições de estar a lutar pela subida. Vi vários jogos do Cartagena para perceber o estilo de jogo porque não me interessava vir para uma equipa que estivesse a lutar, mas que não tivesse em conta as minhas características. Depois de estar sem jogar, eu tinha de dar um passo quase certo na minha escolha, com base também no modelo de jogo, onde eu pudesse tirar rendimento. Estou muito contente por estar aqui. Faltam onze jogos, estamos a sete pontos do play-off e esperamos lutar até ao fim.

Estar a regressar a Portugal para uma boa época e depois repetir-se o filme não é o que quero. Para além disso, há ainda a questão financeira que, querendo ou não, pesa sempre.

Em caso de subida, o Pêpê gostaria de se manter no Cartagena até para cumprir o sonho de jogar na La Liga?

Sim. Aliás, o meu contrato tem uma compra obrigatória em caso de subida (risos). Quero muito jogar a La Liga e quem me dera que seja com o Cartagena. Seria sinal de que tínhamos tido sucesso esta época e estou a gostar muito de estar aqui.

Se tal não acontecer, em que moldes pode acontecer o regresso ao Olympiacos? Prevê sucessivos empréstimos?

Quando fui para o Ankaragucu, uma das obrigações do empréstimo era a de renovar por mais um ano antes. Antes, tinha até 2024, e fiquei ligado até 2025. Dentro das minhas características, o futebol espanhol é o que mais se enquadra. É por aí que vou tentar. Se não conseguir pelo Cartagena, tento por outra via. Nunca se sabe.

Na eventualidade de não se manter no Cartagena na próxima época, o Pêpê gostava de regressar a Portugal por via de novo empréstimo?

É difícil. Fiz boas épocas no Vitória SC e no Famalicão, sendo que a do Vitória SC abriu a tal porta para o Olympiacos, mas não foi a de um campeonato do top5 europeu. Ou seja, estar a regressar a Portugal para uma boa época e depois repetir-se o filme não é o que quero. Para além disso, há ainda a questão financeira que, querendo ou não, isso pesa sempre. Tirando Benfica, FC Porto, Sporting, [Sporting de] Braga e ainda o Vitória SC, que pode pagar a um ou outro mais qualquer coisa, os clubes em Portugal não têm argumentos financeiros para competir com o mercado estrangeiro. Mas nem entro tanto pela questão do dinheiro, é mesmo pela história de não ter aberto portas. Como disse anteriormente, uma coisa que gostava era voltar ao Vitória SC, mas não neste momento.

Seleção nacional? Acreditar, acredito sempre (...) O passo que eu quero dar é a La Liga, mas não é o meu limite. Quero depois dar outro passo mais à frente, como jogar numa equipa que lute sempre para estar na Liga dos Campeões.Com 25 anos, apesar de estar afastado dos principais holofotes europeus, há ainda a esperança de um dia poder vir a representar a seleção nacional principal? Ou a qualidade dos intervenientes atuais causa dificuldades acrescidas a essa estreia?

Claro que é mais difícil de integrar uma seleção como a de Portugal do que do Liechtenstein, sobretudo pela qualidade. Acreditar, acredito sempre. Acho que tenho capacidades para o fazer. Vai depender muito daquilo que for o meu trajeto. Estar a jogar na segunda Liga espanhola ou representar um Famalicão torna-se mais complicado para ir à seleção. Se um jogador estiver no Vitória SC, que é o clube que é, já é difícil ir à seleção. Quanto mais noutros clubes mais abaixo, como os que disse dos meus últimos anos. O passo que eu quero dar é a La Liga, mas não é o meu limite. Quero isso para depois dar outro passo mais à frente, como jogar numa equipa que lute para estar na Liga dos Campeões todos os anos, por exemplo. Mas penso que com esse passo posso mostrar muito daquilo que são as minhas capacidades e, assim, crescer como jogador.

Acredita que o seu nome esteve entre os 200 da lista de Roberto Martínez antes de anunciar o lote final de convocados?

Não creio. Neste momento, nem penso na seleção nacional. Isto é um pouco como subir as escadas para chegar a esse topo. Ainda não vejo o topo. Tem de ser passo a passo. Jogar numa primeira liga do top5 europeu pode ajudar para ver onde posso chegar.

O Pêpê refere que está longe, mas sente que já esteve mais perto disso noutra fase da carreira?

Sim, sinto. No segundo ano pelo Vitória SC, com o Ivo [Vieira], em que estivemos na Liga Europa e fiz uma boa época, sobretudo. Aí dei um passo para o Olympiacos, que seria a equipa que depois me podia ajudar a chegar a outro patamar, mesmo na Liga dos Campeões. As coisas não correram bem, tive de dar um passo atrás e agora há que dar passos em frente.

Notícias ao Minuto O médio português recorda a passagem por Guimarães como sendo o período auge da carreira em termos regulares, sobretudo a época 2019/20, às ordens de Ivo Vieira.© Getty Images  

Quais os treinadores com quem mais gostou de trabalhar?

Aquele com quem mais gostei de trabalhar foi o Ivo [Vieira], porque foi o treinador que tirou mais partido daquilo que é o meu futebol e é um técnico diferente. Não tem medo daquilo que é o adversário. No Vitória SC, por exemplo, íamos jogar ao [estádio do] Arsenal e era igual a jogar em casa contra uma equipa qualquer da I Liga. Nós íamos para o campo para fazer o nosso jogo e sermos os protagonistas do jogo. Claro que tínhamos de ter cautelas, mas não nos metíamos lá atrás, queríamos ter bola e arriscar. Destaco ainda o Rui Jorge, da seleção nacional de sub-21, com ideias um pouco diferentes daquilo que é habitual e com uma elevada exigência que me fez crescer como homem, não só como jogador. Gostei de trabalhar também com o Hélder Cristóvão, no Benfica B, dado que ele tinha muito boa ligação com os jogadores, o que é importante para o bem-estar da equipa. Estou a gostar de trabalhar com o Luis Carrión, aqui no Cartagena, que se dá bem com todos os jogadores e com treinos intensos. Com o Luís Castro também aprendi muito, mesmo não jogando tanto como o que esperava, é um treinador muito bom e vê-se pelo trajeto que está a fazer, com quem cresci muito como homem.

Consegue explicar a razão para a alcunha "Pêpê"?

É uma coisa que vem de infância. Penso que até foi a minha irmã que começou a chamar-me assim e depois os meus amigos de infância também começaram a tratar-me assim. Foi ficando. É assim que me tratam (risos).

Qual o ponto mais alto da sua carreira até ao momento?

Diria que foi a segunda época que fiz no Vitória SC. Claro que jogar na Liga dos Campeões pelo Olympiacos foi o topo que atingi como jogador, mas a melhor época foi com o Ivo [Vieira] em Guimarães.

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