A caminho dos dois anos de existência, a Alfra Clinic contempla a oferta de treino individual e externo aos clubes com trabalhos de reabilitação física, atraindo centenas de atletas todos os meses - desde os jovens aos experientes e de renome - como prova de afirmação no panorama português. Nomes sonantes como os de João Mário, William Carvalho, Ricardo Quaresma e Stephen Eustáquio têm contribuído para isso.
Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, David Rosa, atual preparador físico da clínica sediada em Alfragide, deu a conhecer os contornos da criação do projeto, cuja ideia partiu de si e de João Coito, antigo fisioterapeuta da seleção nacional entre 2012 e 2018, com quem chegou a partilhar balneário no Casa Pia. Juntamente com Gerda Rumvolt e Nuno Gonçalo, da área da fisioterapia e osteopatia, tornaram-se sócios fundadores da Alfra Clinic, com "novas dinâmicas e formas de trabalhar para complementar a ideia original", em julho de 2021, quando David Rosa ainda jogava no Torreense, tendo suspendido a carreira para se dedicar a 100% a um "projeto muito pessoal".
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"Sempre fui muito profissional naquilo que fiz, mas a certa altura percebi que não estava em nenhum dos dois sítios a 100%. A Alfra Clinic é um projeto muito pessoal. Eu ia treinar e gostava muito, mas estava lá a pensar que devia era estar na clínica a ajudar outros jogadores. Depois calhava estar na clínica e pensar que deveria era estar a descansar porque no dia seguinte tinha treino. A gestão deste conflito interno levou-me a pensar que não estava a ser o profissional que sempre quis ser. Tinha de optar por uma das duas. Optei por aquele que é o projeto da minha vida", confessou o preparador físico de 32 anos, que sempre se interessou "pela parte da performance" com o "conhecimento adquirido na faculdade e em formações".
David Rosa suspendeu a carreira de jogador no final da temporada passada para se dedicar a 100% a um "projeto muito pessoal".© Filipe Amorim
Além da componente física, há também o aspeto mental. David Rosa recordou exemplos de jogadores que se apresentam insatisfeitos "por ficarem no banco ou não serem convocados" e pelo impacto das lesões como uma oportunidade para "conversar com eles no sentido de superar coisas normais na carreira". O Desporto ao Minuto falou com dois jogadores a propósito do motivo que os levou a recorrer à Alfra Clinic. Tanto André Martins, que passou pelo Sporting entre 2002 e 2016, como Paulo Soares, internacional por Cabo Verde, têm aproveitado o espaço para recuperar de lesões, complementando a presença em treinos individuais para elevar a performance.
"Já conhecia o João Coito e o David Rosa. A qualidade do trabalho deles é evidente. Vi colegas a partilhar publicações e percebi que se sentiam a evoluir com o trabalho que realizavam na Alfra Clinic. Foi uma maneira que procurei para me manter ativo, mesmo quando estou de férias ou até na recuperação de uma lesão, como é o caso", admitiu o ex-Sporting, que se encontra nos israelitas do Hapoel Beer Sheva desde a época passada, ao frisar a publicidade "boca a boca" e ao recordar testemunhos de jogadores como Wilson Eduardo e Zeca Rodrigues.
"A Alfra Clinic é do melhor que já tive. Já passei pelos Estados Unidos da América e, em termos de especificidade com atletas, é difícil encontrar algo assim, com esta experiência e ambiente. É, de longe, o melhor lugar para recuperação de atletas, com profissionalismo elevado e com todos os conhecimentos necessários. Lembro-me que nos Estados Unidos da América, além das equipas, estive em duas ou três clínicas, mas lá era mais difícil encontrar algo assim tão específico. Não sei se é por ser um país enorme, mas as coisas eram mais gerais", sublinhou Paulo Soares, de 23 anos, que abandonou recentemente os Rochester New York.
Conceito 'ameaça' os clubes?
Entre fisioterapeutas, osteopatas, fisiologistas do exercício, preparadores físicos, ortopedistas, fisiatras, podologistas, massagistas, optometristas, terapeutas da fala e psicólogos, a equipa é composta por mais de 20 colaboradores, que "inicialmente teve o conceito associado a jogadores de futebol, mas cuja procura por cidadãos ditos comuns tem crescido ao ponto de dizerem que não há melhor sítio para recuperar ou treinar", como realçou David Rosa, que admite não ter "saudades de jogar", mas sim "de treinar", num espaço de "multidisciplinaridade".
"Uma das grades lacunas que nós identificámos é que não havia um sítio em que as áreas se complementassem. No ginásio, eu reparava que se alguém precisasse de fazer umas palmilhas tinha de indicar outro sítio. A mesma coisa acontecia com o campo da nutrição, por exemplo. Não podia ser assim. Queríamos ter um sítio em que um jogador de futebol entrasse e, independentemente do que precisasse, saía apenas de um gabinete para o outro, sem precisar de sair de uma empresa para outra. O conceito assenta na multidisciplinaridade nas várias vertentes", apontou, antes de clarificar que têm criado parcerias para treinar em campos, como é o caso do Atlético CP e do Estrela da Amadora. "O nosso objetivo é sempre o de prestar o melhor serviço possível e, por isso, tentamos sempre que seja num campo com relvado".
O preparador físico admitiu ainda que "o facto de haver mais especialidades na clínica conduz a uma maior procura", atendendo à oferta que vai para além do treino individual e específico, conseguindo atrair futebolistas... mas também atletas de outras modalidades. "Os profissionais conseguem trabalhar bem com os atletas se entenderem as necessidades fisiológicas de cada modalidade. O nosso grande leque é em torno de jogadores de futebol porque também nós o fomos. É a nossa área de eleição. É importante especializarmo-nos em determinadas áreas. Se não nos especializarmos no futebol, dificilmente podemos ser conotados como a melhor clínica que trabalha com jogadores de futebol. Se mesmo assim temos capacidade para trabalhar outras modalidades? Temos. E os resultados estão à vista".
O 'off-season', designado como o período entre o fim de uma temporada e o arranque da pré-época seguinte, é um dos períodos de maior procura a este tipo de serviços, mas mesmo durante as épocas desportivas, espaços como a Alfra Clinic são quase vistos "como uma ameaça" para os clubes. "A comunicação com as equipas é muito difícil. Olham para nós como uma ameaça, em vez de ser como um complemento. Não devia ser assim. Se um clube nos pedir para disponibilizarmos dados, fazemos isso sem qualquer problema. Quando tens um clube que diz a um jogador que não quer que ande em treinos à parte, tudo complica. As pessoas que por aqui passam dizem que estão bem aqui, mas podem eventualmente deixar de vir por causa dos clubes", relatou David Rosa.
André Martins foi um dos jogadores que recorreu à clínica sediada em Alfragide, no ano passado, para a recuperação de uma lesão, complementar ao treino individual.© Filipe Amorim
André Martins recordou o momento em que iniciou os primeiros trabalhos na clínica de Alfragide, há sensivelmente um ano, com o propósito de recuperar de uma lesão, tendo admitido que atualmente se encontra em Portugal para fazer recuperação de uma "cirurgia ao ombro".
"A minha primeira vez foi também devido uma lesão, no final da época passada, que coincidiu com o início de férias. Na chamada 'off-season' acabei por fazer o tratamento da lesão na Alfra Clinic e, juntamente com colegas como o João Mário, que está a fazer uma época espetacular, aproveitei esse momento. Quero continuar até estar apto para voltar a treinar e de certeza que vou continuar na [próxima] 'off-season' porque me senti bem e gosto deste tipo de atividade", confessou o médio de 33 anos, antes de abordar a posição do Hapoel quanto à sua ausência.
"O clube não queria que eu tivesse feito a cirurgia. O meu contrato acaba no final desta época e sei que, com a cirurgia, estou a perder muito mais tempo do que perderia se não a fizesse. Acontece que fui aconselhado na Alfra Clinic e ainda fui visto por um ortopedista especialista em Lisboa. Todos me aconselharam a operação. O clube queria que eu recuperasse em menos tempo, sem a cirurgia", apontou com a esperança de que possa regressar "pouco depois da altura da Páscoa".
Já Paulo Soares, que após uma lesão rescindiu com os Rochester New York no passado mês de janeiro, esclareceu que se encontra a fazer a devida reabilitação e também o treino individual na Alfra Clinic. "Lesionei-me no menisco externo e comecei por tratá-la noutro sítio, o que acabou por não me ajudar tanto. Logo após a intervenção cirúrgica, no início de março, comecei a tratar da recuperação e a fazer trabalho de performance na clínica. Agora estou numa melhor condição, mas continuo a fazer as duas coisas".
Paulo Soares tem estado a recuperar de uma lesão na Alfra Clinic com o intuito de ficar a 100%.© Instagram Paulo Soares
Desafiados a distinguir as diferenças entre a especificidade de um treino individual e as componentes dos trabalhos diários coletivos numa equipa, os dois atletas, com experiências diferentes, acabaram por realçar aspetos como o foco e a atenção disponibilizados na clínica de Alfragide.
"São treinos muito mais específicos e individualizados, sobretudo pela atenção. Num clube temos 25 jogadores e, no máximo, dois ou três preparadores físicos. Nem todos os jogadores conseguem ter a atenção que querem. Na Alfra Clinic eles conseguem especificar muito o treino e trabalhar no que mais precisamos. Acho que isso é muito importante para nós [jogadores]. Conseguimos tirar partido das coisas menos boas para trabalhá-las especificamente", afirmou André Martins, ao que Paulo Soares acrescentou: "Acho que o treino individual é mais baseado no que preciso neste momento, é mais focado, com muito profissionalismo".
Atração rima com expansão, mas...
Num mundo cada vez mais tecnológico, as redes sociais têm adquirido cada vez mais preponderância no momento de divulgar serviços para chegar ao maior números de pessoas possível, sendo que, a juntar a isso, a estratégia de "passar a palavra" é igualmente relevante para David Rosa.
"Não conseguimos uma boa estratégia de marketing se não tivermos um serviço de qualidade excelente. Muitos dos clientes que nos chegam é na base do 'passa a palavra'. Temos presença nas redes sociais para mostrar a nossa forma de trabalhar e o espírito que se vive na clínica. É importante aparecermos e darmos a cara pelo projeto. As pessoas interagem e criam empatia. Sabemos que se a qualidade de serviço for boa, a angariação por si só é feita naturalmente", sublinhou.
Não podemos ter melhor feedback do que quando as pessoas se dirigem a nós e confessam estar a adorar. Ou até mesmo quando aparece um cliente novo e diz que foi recomendado por outra pessoa"Mostrar os exercícios que se fazem é mostrar o nosso trabalho. Há quem não mostre com medo da cópia ou do roubo de ideias, mas eu acho que não tem mal nenhum fazê-lo. Quando chegamos a um patamar em que nos copiam é sinal que estamos num bom caminho. Tento mostrar a nossa dinâmica, a nossa forma de trabalhar e os bastidores do que acontece no espaço. Isso somos nós genuinamente", acrescentou de seguida.
Se é verdade que André Martins confessou que, além de ter visto publicações de alguns jogadores de renome nas redes sociais, já conhecia dois dos sócios da Alfra Clinic, Paulo Soares admitiu que o primeiro conhecimento surgiu por indicação do fisioterapeuta Silvino Monteiro, com quem já tinha trabalhado. "Ouvi falar do profissionalismo, tive essa indicação e achei que era o melhor lugar para a minha recuperação", afirmou o internacional cabo-verdiano.
"Não podemos ter melhor feedback do que quando as pessoas se dirigem a nós e confessam estar a adorar. Ou até mesmo quando aparece um cliente novo e diz que foi recomendado por outra pessoa. A partir desse momento, sabemos estamos num bom caminho. Claro que podemos melhorar os nossos serviços, mas aquilo que nos comprometemos a fazer está a ser bem feito", vincou David Rosa, antes de recordar o exemplo de um atleta que percorreu centenas de quilómetros para ter uma experiência na Alfra Clinic. "Lembro-me de uma senhora de Famalicão que me mandou uma mensagem a dizer que o filho, assim que abriu a nossa página, disse que era deste tipo de serviço que precisava. Assim que vi perguntei quando tinham disponibilidade para se dirigirem até Lisboa. Temos um cariz especial e preparamos eventos para mostrar à sociedade o que fazemos", contou.
Uma expansão muito rápida pode correr mal. É importante cimentar processos e inserir a cultura de empresaApesar de todo o reconhecimento, a expansão do espaço para outras cidades não é prioridade para os líderes da clínica de Alfragide, apontando como algo que "pode correr mal" com rapidez e valorizando o poder atual do acompanhamento online, recentemente implementado pela empresa aos seus clientes.
"Expansão? Não descartamos totalmente essa ideia, mas o nosso objetivo neste momento é crescer em Alfragide e cimentar processos. Estamos também a crescer com o acompanhamento online e conseguimos a expansão para todo o território sem barreiras geográficas. É o nosso foco. É verdade que já temos alguma procura e algum nome, mas temos consciência de que somos uma clínica nova, que no verão vai fazer dois anos. O crescimento, muitas vezes, pode tirar-nos aquilo que nos uniu, que é a ligação e a comunicação entre departamentos. Uma expansão muito rápida pode correr mal. É importante cimentar processos e inserir a cultura de empresa. Se fizer sentido no futuro, podemos expandir para outros polos", frisou o preparador físico.
"Base cimentada" para enfrentar concorrência
David Rosa não hesitou em esclarecer que uma "base cimentada" pode contribuir para o sucesso de um projeto que tem contado com cada vez mais jovens, cujos pais necessitam, por vezes, de fazer uma "gestão de expectativas" para que os atletas possam evoluir da forma mais correta.
"Um pai pode dizer-nos diretamente que o filho treina três dias por semana, mas que não faz o devido treino individual e precisa de mais trabalho de condução de bola, por exemplo. Na Alfra Clinic conseguimos ir mais ao detalhe por comparação aos clubes, mas também é verdade que temos de fazer uma certa gestão de expectativas com os pais. Há muitos que veem o nosso perfil, pensam que os filhos vêm para cá levantar pesos ou correr com cinto de tração. É extremamente importante deixarmos em claro o que devemos trabalhar em cada faixa etária", realçou, antes de acrescentar outro exemplo: "Outro pai diz-nos que o filho não ganha duelos individuais e não tem poder de choque. Uma coisa é olharmos para um atleta de dez anos e outra é ser um jogador da II Liga. O objetivo é o mesmo, mas o foco e a forma de trabalhar é completamente diferente".
Têm sido vários os nomes sonantes a procurar a Alfra Clinic com vista a uma boa performance, como é o caso de Ricardo Quaresma, atualmente sem clube.© Filipe Amorim
O preparador físico de 32 anos não quis "entrar em números de empresa" para sustentar uma "agenda algo cheia", mas garantiu ser "cada vez mais difícil ter espaços livres", recorrendo, se necessário, à "contratação de outros colaboradores" para o projeto. "É verdade que as pausas de campeonato, o designado período 'off-season', acabam por ser os períodos de maior adesão. No ano passado foram inscritos cerca de 40 jogadores seniores nesse período, por exemplo. Os períodos de maior pausa são os de maior procura, mas atualmente estamos com grande procura e ainda nem sequer entrámos no período de 'high-season'. É o nosso crescimento", assinalou.
"O nosso principal foco é sempre internamente, em função do crescimento interessante que estamos a ter. São as chamadas dores de crescimento. Obviamente que olhamos para aquilo que se passa no mercado, não para ver como os concorrentes trabalham, mas muitas vezes para tentar compreender o que os nossos clientes procuram. Pensamos nos serviços e ofertas que podemos ter para os nossos clientes para cativá-los a juntar-se a nós", esclareceu, antes de fazer uma analogia com uma equipa de futebol.
"Se não tivermos uma equipa bem trabalhada e se os nossos jogadores não souberem a nossa identidade e forma de jogar, então vamos estar todas as semanas a adaptar o nosso trabalho em função de cada adversário. Temos de ter uma base cimentada e, dentro do nosso modelo de jogo, encontrar a melhor forma para superar o adversário. É exatamente o que acontece na clínica, com base e identidade. O nosso foco é sempre o cliente para dar um bom serviço a quem nos procura", garantiu.
Costumo dizer a muita gente que, se soubesse o que sei hoje, provavelmente teria começado mais cedoAndré Martins confessou mesmo que poderia ter começado a ir para a Alfra Clinic "mais cedo" e sublinhou a importância de ter um "trabalho extra" ao treino nos clubes, acreditando que pode manter a sua performance aos 33 anos se individualizar o seu trabalho.
"Costumo dizer a muita gente que, se soubesse o que sei hoje, provavelmente teria começado mais cedo. Às vezes somos novos e achamos que temos essa necessidade ou que não precisamos deste chamado trabalho extra, mas é completamente errado. Acho que nos faz muita falta. Num clube trabalhamos mais taticamente e generalizado. Dá para individualizar o trabalho e isso vai ajudar-me a prolongar muito mais a minha carreira, de certeza absoluta", vincou.
Sem clube atualmente, Paulo Soares admitiu que a clínica de Alfragide o pode ajudar a cumprir um objetivo pessoal, embora a prioridade esteja, de momento, na recuperação da lesão.
"Por agora, tenho me colocar a 100%. Já não o consigo há algum tempo devido a limitações, não só esta do joelho, mas outras da época passada. É esse o principal ponto no qual eu espero que a Alfra Clinic me ajude muito e irei continuar a melhorar nos aspetos. Tenciono explorar o mercado da Europa, seja em Portugal, Espanha ou França. Tenho de ver qual o próximo passo a dar assim que a época terminar".
Tenho uma lista completa de todas as pessoas a quem dei treino, independentemente se foi um ou mais de cem. Todos os atletas me acrescentam algoPara finalizar, David Rosa deu a conhecer que tem uma lista de todos os jogadores a quem já deu treino, realçando que todos lhe acrescentaram algo na perspetiva pessoal e profissional, tendo ainda deixado uma reflexão final sobre o "legado" que cada ser humano pode deixar no mundo.
"Cada um dos atletas que já me passou pelas mãos acrescentou-me algo e fez-me ser a pessoa que sou hoje. Tenho uma lista completa de todas as pessoas a quem dei treino, independentemente se foi um ou mais de cem. Gosto de olhar para essa lista e falar com alguém que eu possa ter perdido o contacto a certa altura. Sou profissional muito por isso. Obviamente que os colegas e a estrutura [da clínica] me acrescentam, mas os atletas ajudaram-me muito e não posso deixar de lhe agradecer por isso. Acredito que nós, na vida, temos de deixar um legado. As pessoas podem ser mais lembradas pelo que fizeram as outras pessoas sentir do que por aquilo que realmente fizeram em termos palpáveis", vincou, de forma algo emocionada.
"Um dia li uma coisa controversa. As pessoas dizem que todos são insubstituíveis. Dou uma certeza absoluta quanto a isso. A cada 100 anos, todas as pessoas são substituíveis. Eu acredito que nós um dia vamos ser substituídos. Pode haver diferenças na forma de trabalhar ou na relação de pessoas, é verdade, mas um dia vamos deixar de estar cá. Devemos deixar um legado nas pessoas com o sentimento de que as pessoas foram felizes enquanto estiveram conosco. É nisso que acreditamos na empresa. É por isso que vimos todos os dias trabalhar com um sorriso na cara. Nós sabemos que o dia de alguém pode não estar a ser bom, mas quando as pessoas chegam cá vão ser recebidas com o melhor cumprimento possível. Queremos que as pessoas sintam essa felicidade", refletiu.
A Alfra Clinic acaba por ser um entre muitos exemplos de espaços que se destinam a ajudar atletas a melhorar a sua performance, sem associação aos clubes que representam, sendo algo cada vez mais procurado em Portugal, até mesmo por estrangeiros.
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