O Palmeiras, de Abel Ferreira, entrou este sábado com o pé direito na defesa do título de campeão brasileiro ao vencer em casa ao Cuiabá, de Ivo Vieira, por 2-1. Mas a partida não correu da melhor maneira para o técnico do verdão.
O ex-Sporting de Braga protestou de forma veemente uma decisão da equipa de arbitragem e acabou por ver um cartão vermelho ainda durante o primeiro tempo. Uma decisão com a qual Abel Ferreira não concorda.
"Estou curioso para saber o que ele vai escrever [no relatório]. Mas o pior disto tudo é chegar a casa e enfrentar a minha mulher e minhas filhas, quando tenho feito um esforço tremendo para melhorar. Eu sei que tenho de melhorar nisso. Eu fico triste. Tira-me a vontade de ser treinador, tira-me a vontade de estar aqui. Estou muito curioso, mesmo, para saber o que o bandeirinha vai escrever no relatório", começou por dizer Abel Ferreira após o jogo.
"Hoje estou triste, triste mesmo. Uma parte do meu coração está feliz porque ganhámos um jogo difícil. Mas estou triste. Eu gosto de ver o futebol, sou intenso quando estou dentro das quatro linhas, intenso no jogo. Talvez seja essa tolerância zero, à qual ainda não estou adaptado. Mas estou triste. Acho que os meus jogadores não mereciam ficar sem o treinador no banco. Eles sabem o quanto me esforço para os ajudar. Foi tudo muito confuso. Eu não queria ser expulso, tinha um objetivo meu. Fui expulso na Supertaça, levei dois amarelos até agora, mas não adianta. Não estava nos meus planos ser expulso hoje. Não sei se o trabalho que estou a fazer é suficiente, se é a tolerância zero, se o meu português não está claro... Não sei, não sei", vincou.
"Acho que foi uma arbitragem confusa, inclusive comigo. Mas isso é o que eu acho. Eu falei com os jogadores, fico triste porque vou chegar a casa e a minha mulher vai moer a minha cabeça: 'Tens aqui duas filhas, não é exemplo para ninguém, sabes que contigo é tolerância zero'. Mas eu não o ofendi. Não entendi a expulsão. Eu perguntei pelo amarelo [num lance com López], e depois veio de vermelho direto. O fiscal de linha fala comigo em espanhol. Eu sou português, de Portugal. É a mesma língua. Não estou a dizer que sou santo, que não sou. Mas acho que foi uma tremenda confusão do bandeirinha. O vermelho, sinceramente, não entendo. O árbitro está do outro lado, eu estou a reclamar de uma falta sobre o López. O bandeirinha deve ter confundido", finalizou o treinador português.
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