O FC Porto carimbou, esta quinta-feira, o apuramento para a final da Taça de Portugal, ao receber e bater o Famalicão, por 3-2, já em tempo de prolongamento, depois de ter desperdiçado a vantagem conquistada na primeira mão, quando foi ao Minho, vencer, por 2-1.
Os azuis e brancos assinaram aquela que foi, facilmente, uma das piores exibições de toda a temporada, sem o mínimo de intensidade, permitindo ao adversário impor o seu jogo, em pleno estádio do Dragão, logo desde os instantes iniciais.
Assistido por Ivo Rodrigues, Jhonder Cádiz fez, aos 21 minutos, o golo que provocou o primeiro sobressalto no 'reino' dos campeões nacionais em título, que, por sua vez, despertaram momentaneamente, para repor a igualdade, apenas sete minutos depois.
Matheus Uribe rematou para as mãos de Luiz Júnior, mas, no seguimento do lance, foi derrubado por Alex Dobre. Manuel Mota reviu as imagens, por sugestão do VAR, e apontou para a marca de grande penalidade, tendo Wenderson Galeno aproveitado para fazer o gosto ao pé.
Os azuis e brancos começaram a dar os primeiros 'sinais de vida', mas chegou o intervalo, e, com ele, mais uma 'soneca', que se prolongou até aos 75 minutos, quando, perante a passividade da defesa adversária, Iván Jaime atirou para o fundo das redes à guarda de Cláudio Ramos.
A eliminatória estava, uma vez mais, empatada, e podia mesmo ter ficado resolvida ainda antes do final do tempo regulamentar. Valeu o guarda-redes portista, que se aplicou para defender um remate de Enea Mihaj à 'boca da baliza', empurrando a decisão para o tempo extra.
Aí, os ânimos exaltaram-se, jogou-se mais com o coração do que com a razão, e o 'nó' só foi desfeito aos... 120+1 minutos, graças a um golaço de Otávio. Pelo sim, pelo não, três minutos depois, Evanilson deixou, também ele, a sua marca, e selou o resultado final.
O FC Porto marca, assim, encontro na final da Taça de Portugal com o Sporting de Braga, que teve uma tarefa bem mais simples, tendo 'despachado' o Nacional, por um resultado agregado de 7-2. O troféu decide-se no próximo dia 4 de junho, no Estádio Nacional do Jamor.
Figura
Iván Jaime assinou uma exibição notável, no estádio do Dragão, mas o apuramento do FC Porto teve a 'cara' de Otávio. O internacional português esteve, uma vez mais, ligado à ficha durante todo o jogo, a atacar, a defender, a descomplicar... Fez de tudo, e ainda lhe sobraram forças para, já depois dos 120, desferir o 'míssil' que desfez, de uma vez por todas, o 'nó'.
Surpresa
Evanilson só 'saltou' do banco aos 81 minutos, para o lugar de Toni Martínez, mas foi a tempo de fazer aquilo que o companheiro de equipa não fez, que é como quem diz, marcar. Quatro minutos depois dos 120, recebeu um passe de Mehdi Taremi e 'fuzilou' a baliza à guarda de Luiz Júnior, sentenciando o resultado final da eliminatória.
Desilusão
Jogo após jogo, Wendell teima em mostrar que não é uma opção à altura daquilo que o FC Porto precisa para o lado esquerdo da defesa. O brasileiro comprometeu a defender, e, a atacar, não esteve muito melhor, somando decisões erradas de forma consecutiva, que foram prontamente condenadas com assobios, por parte do exigente 'tribunal' do Dragão.
Treinadores
Sérgio Conceição: O FC Porto foi a completa antítese do seu treinador, ou seja, uma equipa amorfa, displicente e que fez por merecer o 'susto' por que passou. Sérgio Conceição poupou alguns dos 'pesos pesados', como Mehdi Taremi ou Evanilson, mas não teve alternativa se não lançá-los, com o avançar dos minutos, para tentar evitar uma eliminação que chegou a parecer bem possível.
João Pedro Sousa: Uma exibição carregada de personalidade do Famalicão, que recusou virar a cara à luta e que, desde bem cedo, impôs o seu jogo, em pleno estádio do Dragão. Os minhotos conseguiram sempre chegar com relativa facilidade ao último terço do terreno, mas pecaram na definição. Ainda assim, souberam explorar as bolas paradas e fizeram tudo o que estava ao seu alcance para alcançarem a final da Taça de Portugal.
Árbitro
Noite nada fácil para Manuel Mota, que optou por aplicar um critério técnico e disciplinar largo, o que acabou por 'salvar' este jogo, uma vez que, se tivesse sido mais rigoroso desde que fez soar o apito inicial, dificilmente este teria acabado com 22 jogadores em campo. Teve paciência, procurou serenar os ânimos, e, apesar das picardias, o espetáculo saiu a ganhar.
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