Carlos Carvalhal concedeu, esta terça-feira, uma extensa entrevista ao portal espanhol Relevo, na qual foi confrontado com o crescente números de jogadores do futebol europeu que têm rumado à Arábia Saudita.
Sem clube desde que deixou o Celta no final da última época, o técnico luso destacou a intensa paixão que os adeptos sauditas têm pelo futebol. Ainda assim, alertou para os perigos desta aposta poderem estar a branquear os problemas no país.
"Comparo com os investimentos que algumas empresas estrangeiras fizeram em equipas portuguesas. Algumas ficaram e funcionaram muito bem, mas uma grande parte foi-se embora e vários clubes desceram para as divisões inferiores", começou por dizer.
"Se a Arábia é uma situação estável e com futuro, avancem. Porque há uma grande paixão pelo futebol. Se o fizerem para publicitar o país, será uma coisa muito negativa. Tem de ser algo estrutural. A questão não é apenas branquear a imagem do país", prosseguiu.
Atualmente à procura de um novo projeto, Carlos Carvalhal não esconde que poderá voltar ao Celta no futuro, assumindo que não guarda qualquer tipo de rancor por ter deixado a formação de Vigo.
"Não tenho qualquer problema em dizer mal de um jogador e acho que eles valorizam muito essa honestidade. Mas o carinho não foi só com os jogadores, mas também com o pessoal da cozinha, os roupeiros, os médicos, os fisioterapeutas... É por isso que não é a primeira vez que voltamos ao clube onde trabalhamos e nunca se sabe se vamos voltar ao Celta", vincou, antes de revelar que já rejeitou algumas propostas para voltar ao ativo.
"Muitas. Houve muitas ofertas financeiras e também tive muitas desportivas, até em Espanha, mas infelizmente para mim não chegámos a acordo. Neste momento, dou prioridade a uma perspetiva desportiva, amanhã não sei, mas ainda não houve um clube que nos tenha dado esse clique para aceitar o desafio", finalizou.
Leia Também: Oficial: Revelado o sucessor de Carlos Carvalhal no comando do Celta