Juan Rubiales concedeu uma extensa entrevista à edição desta quarta-feira do jornal espanhol El Mundo, na qual não poupou nas críticas ao próprio sobrinho, de quem foi chefe de gabinete, aquando da chegada à presidência da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).
A relação entre ambos acabaria por terminar em 2020, quando este acusou Luis Rubiales de usar dinheiro do organismo para pagar festas privadas numa vivenda para a qual teriam sido convidadas várias mulheres. Agora, explica tudo o que aconteceu.
"Isto é como os casamentos. O primeiro desencontro que houve foi quando ele me disse que nunca mais lhe chamasse 'Luis', mas sim 'presidente', e deixou-me claro que nunca se enganava, porque era o máximo responsável", começou por afirmar.
"A partir daí, começámos a chamar-lhe 'Kennedy'. Não queria à volta pessoas que o contrariassem. Durante a última conversa que tive com ele, disse-me 'Tio, temos de encontrar maneira de chegue ao meu pai, todos os meses, dinheiro da RFEF'", prosseguiu.
"Respondi-lhe que não iria participar nisso, e disse-lhe 'O que é que queres dizer?'. Ele respondeu-me 'Vai-te embora daqui, que nem sequer quero olhar para ti. Já sei de onde vens'", completou.
A terminar, Juan Rubiales abordou as imagens do sobrinho a beijar Jenni Hermoso na boca, após a conquista do Campeonato do Mundo de futebol feminino, que o levaram a ser suspenso pela FIFA: "Não me surpreenderam, mas afetaram-me".
"Luis Rubiales foi sempre um homem com um claro cunho machista, muito arrogante, com atitudes próprias de Torrente. Ele não quer ser um político, mas sim um guerreiro, só que a sociedade espanhola mudou, delineou linhas vermelhas e disse-lhe que isso não se faz", rematou.
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