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Luis Rubiales demite-se da presidência da RFEF após beijo polémico

Confissão do dirigente espanhol foi inicialmente feita no programa do jornalista Piers Morgan, que entrevistou Cristiano Ronaldo há pouco menos de um ano, tendo depois deixado uma mensagem nas redes sociais

Luis Rubiales demite-se da presidência da RFEF após beijo polémico
Notícias ao Minuto

21:04 - 10/09/23 por Notícias ao Minuto

Desporto Espanha

Três semanas após o escândalo nos festejos da conquista de Espanha no Mundial feminino, com o polémico beijo na boca a Jenni Hermoso, Luis Rubiales anunciou, este domingo, que apresentou a sua demissão à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).

A confissão foi inicialmente feita em conversa com o jornalista Piers Morgan, que divulgou, este domingo, um excerto de uma entrevista que será divulgada na íntegra durante esta semana. Pouco depois, divulgou uma longa mensagem nas redes sociais.

"Vou demitir-me. Não consigo continuar o meu trabalho", atirou o dirigente que havia sido suspenso de funções pela FIFA, já depois de ter garantido que não se iria demitir do cargo - entretanto ocupado de forma interina por Pedro Rocha.

"Boa noite. Hoje transmiti às 21h30 ao Presidente em exercício, Sr. Pedro Rocha, a minha renúncia ao cargo de Presidente da RFEF. Também informei que fiz o mesmo com a minha posição na UEFA para que a minha posição na Vice-Presidência possa ser substituída. Após a rápida suspensão levada a cabo pela FIFA, mais um processo contra mim, é evidente que não poderei retornar à minha posição. Insistir em esperar e aguentar não vai contribuir para nada de positivo, nem para a Federação nem para o futebol espanhol. Entre outras coisas, porque existem poderes de fato que impedirão a minha volta", escreveu.

"Há a gestão da minha equipa e, acima de tudo, a felicidade que tenho o enorme privilégio destes mais de 5 anos à frente da RFEF. Não quero que o futebol espanhol seja prejudicado por toda esta campanha tão desproporcional e, acima de tudo, levo isto na decisão depois de ter me assegurado de que minha saída contribuirá para a estabilidade que permitirá à Europa e à África continuar unidos no sonho de 2030, que permitirá ao nosso país trazer o maior evento do mundo", assegurou.

"Devo olhar para frente, olhar para o futuro. Agora há algo que me preocupa firmemente. Tenho fé na verdade e farei tudo esteja em meu poder para prevalecer. Minhas filhas, minha família e o pessoas que me amam sofreram os efeitos da perseguição excessiva, assim como muitas falsidades, mas também é verdade que na rua, cada dia mais, a verdade prevalece. Daqui transmito a todos os trabalhadores, membros da assembleia, federações e pessoal do futebol em geral, um grande abraço, desejando-lhe boa sorte. Obrigado a todos que me apoiaram nesses momentos", concluiu.

O jornalista britânico questionou Luis Rubiales acerca dos motivos que conduziram a tal decisão e o dirigente espanhol acabou mesmo por admitir que as conversas que teve com familiares foram cruciais para a decisão.

"Falar com o meu pai, com as minhas filhas. Não é uma questão em relação a mim. Os meus amigos dizem-me 'tens de te focar na tua dignidade, continuar a tua vida porque provavelmente vais prejudicar pessoas que amas', isso tocou-me", confessou.

"Tive de pensar imenso nestas três semanas. Não é uma questão que me afeta apenas a mim, pode afetar outras pessoas. Por isso esta é a decisão mais inteligente a tomar", concluiu no excerto divulgado, sendo que a entrevista conta com cerca de duas horas.

Recorde-se que, antes do incidente do beijo à jogadora que marcou o decisivo golo frente à Inglaterra, ainda na bancada do estádio, Rubiales tinha tocado os próprios genitais para celebrar a vitória espanhola. Os dois comportamentos valeram-lhe queixas do governo de Espanha ao Tribunal Administrativo do Desporto, que decidiu abrir um processo disciplinar a Rubiales, e a suspensão da FIFA do cargo de presidente da RFEF, durante 90 dias.

Aos acontecimentos em Sydney seguiram-se inúmeras críticas a Rubiales, que disse que não iria abandonar o cargo, o que provocou um novo pico de contestação e extremar das posições, com as jogadoras da seleção a anunciarem não estarem disponíveis para voltarem a representar Espanha, enquanto os atuais dirigentes da RFEF se mantiverem nos cargos.

Onze membros da equipa técnica do selecionador feminino, Jorge Vilda, apresentaram a demissão. Por seu lado, o técnico, que condenou o "comportamento impróprio" do presidente da RFEF, foi demitido do cargo na terça-feira pela federação espanhola, depois de críticas de diversos setores por ter aplaudido o discurso em que Rubiales disse que não se demitia e que estava a ser vítima de uma perseguição do "falso feminismo".

[Notícia atualizada às 22h31]

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